“Imigração em Lisboa: qual é o futuro?” é a questão que suscita este debate temático na AML, com as duas primeiras sessões abertas à participação de oradores convidados, entidades e público em geral, e a terceira e última sessão integrada numa reunião da assembleia para discutir e avaliar o relatório e possíveis recomendações ao conselho, bem como as moções dirigidas

ao Governo.


“Era importante debater essa questão na assembleia, entender como a autoridade local pode desempenhar um papel aqui, contribuir para resolver um problema que é evidente na cidade”, disse à Lusa o deputado municipal do PAN, António Morgado Valente, considerando que o aumento de imigrantes sem-abrigo em Lisboa é “muito grave”.


Marcada para 12 de setembro, às 17h30, na sede da AML, na Avenida de Roma, a primeira sessão tem como subtema “gestão da migração: respostas institucionais”, com o painel de oradores sendo Sofia Athayde (CDS-PP), vereadora dos Direitos Humanos e Sociais da Câmara Municipal de Lisboa (CML); Miguel Soares, do Conselho Municipal de Interculturalidade e Cidadania (CMIC); Mário Ribeiro, da Agência para a Integração, Migração e Asilo (AIMA); Catarina Reis Oliveira, do Observatório das Migrações (OM); Vasco Malta, do Organização Internacional para as Migrações (OIM); e Paulo Fernandes (PSD), prefeito

do Fundão.


A segunda sessão, marcada para 26 de setembro, é sobre “as dificuldades sentidas pelas associações em integrar/apoiar a população migrante”, com a participação de Filipa Roseta, vereadora da Habitação e Desenvolvimento Local da CML; Filipa Bolotinha, da associação Renovar a Mouraria; Cyntia de Paula, da Casa do Brasil de Lisboa (CBL); Hugo Ventura, do Centro Padre Alves Correia (CEPAC); Filipa Louro, do Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS); Timóteo Macedo, da Associação Solidariedade Imigrante (Imigrante) Associação Solidária); Henrique Chaves, da Frente Anti-Racista (FAR); e António Vitorino

, ex-diretor-geral da OIM.


“Ouviremos aqueles que entendem da área e trabalharam extensivamente nesta área e quais as soluções que podem propor para o problema em Lisboa”, disse o deputado do PAN.


A terceira e última sessão, em data ainda a ser definida, será integrada a uma reunião da AML para avaliar o relatório elaborado no âmbito do debate temático, bem como para discutir e votar propostas de deputados municipais sobre medidas a serem implementadas na cidade para responder ao aumento da imigração.


“Todos os grupos municipais concordaram que deveríamos avançar com esse debate”, revelou António Morgado Valente, afirmando que a proposta era que ocorresse antes das férias de agosto, mas isso não foi possível devido à agenda da AML.


O deputado único do PAN salientou que o debate sobre imigração “é urgente e as respostas devem ser apresentadas o mais rápido possível”, e prometeu pressionar para que o relatório que conclui a discussão sobre o tema seja apresentado “o mais tardar até o final de outubro”.

Créditos: elementos envato;

A recepção digna de imigrantes é a questão central do debate, o que implica respostas em diferentes áreas, particularmente habitação, emprego, educação e saúde, apontou o representante eleito do PAN, destacando o processo de legalização, incluindo a autorização de residência para cidadãos estrangeiros que vivem em Portugal, como o principal problema a ser resolvido, particularmente devido ao atraso na resposta da AIMA

.

“As pessoas vêm à procura de uma vida melhor e quando chegam a Portugal, nos últimos anos, o que aconteceu é que elas enfrentam imensas dificuldades. Também sabemos que há muito tráfico de pessoas, então há imigração ilegal acontecendo aqui e ela precisa ser combatida. Precisamos combater essa clandestinidade e a exploração que está acontecendo com muitas pessoas que vêm para Portugal”, declarou

António Morgado Valente.

A este respeito, o deputado do PAN argumentou que a resposta “não pode ser única e exclusivamente do município de Lisboa ou da Área Metropolitana de Lisboa”, defendendo “uma estratégia concertada para que todo o país receba imigrantes com dignidade”.

No mandato 2021-2025, há 13 grupos municipais na AML: PS (27 deputados), PSD (17), CDS-PP (seis), PCP (cinco), BE (quatro), IL (três), Chega (três), PEV (dois), PAN (um), Livre (um), PPM (um), MPT (um) e Aliança (um), dois independentes deputados do movimento Cidadãos por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre) e um deputado não inscrito (que saiu do CDS), num total de 75 eleitos.