De acordo com o relatório divulgado pela Católica Lisbon School of Business & Economics, “a maioria dos participantes está preocupada com os níveis de emigração (70,1%) e imigração (73,1%) em Portugal”, enquanto 71,7% querem uma redução no fluxo de imigração e 81,2% acreditam que a saída de pessoas para outros países deve ser interrompida.

As respostas foram recolhidas através de 997 inquéritos online em julho de 2024 e os dados indicam uma piora dos sentimentos do povo português em comparação com os dados do Eurobarómetro de 2017 ou com um relatório de 2015 da Organização Internacional para as Migrações, ambos estudos realizados antes da pandemia e o assunto estava na agenda da opinião pública portuguesa.

Contactado pela Lusa, um dos responsáveis pelo estudo, Rafael Demczuk, explicou que a questão da imigração foi incluída neste inquérito devido à sua importância na opinião pública e será avaliada regularmente, para analisar qualquer mudança de comportamento.

“Incluiremos a questão no futuro”, explicou.

O relatório também avaliou “os sentimentos dos portugueses em relação à habitação e às medidas governamentais para facilitar a compra da primeira casa pelos jovens”, concluindo que a maioria apoia as mudanças.

Entre os pesquisados, “a maioria dos participantes (63,9%) relatou morar em sua própria casa, com um aumento no número de participantes nessa situação” em comparação com um estudo semelhante em 2023, conforme pode ser lido no resumo executivo.

Um terço dos participantes disse que gastou “mais de 30% da renda familiar em pagamentos de aluguel ou hipoteca” e, “entre julho de 2023 e 2024, houve um aumento na porcentagem de participantes gastando até 50%”.

“A maioria dos participantes (95,9%) acredita que o preço das casas em sua área aumentou, mas houve uma ligeira queda nessa porcentagem em relação a novembro de 2023”, pode-se ler.

Quanto às medidas do governo, a isenção do imposto de selo para valores até 316.772 euros é a que recebeu mais aplausos (69,9%), mas as outras reduções de impostos e garantias públicas para jovens também receberam o apoio da maioria dos entrevistados.

A pesquisa incluiu uma série de outras questões transversais e “os participantes ficaram mais satisfeitos com a segurança alimentar, seguidos por parques nacionais e espaços abertos e segurança nacional”.

“Por outro lado, os níveis mais baixos de satisfação foram relacionados ao aumento dos preços da habitação, corrupção, oferta habitacional em centros urbanos, habitação pública, pobreza, desigualdade na sociedade e política de imigração”, diz o estudo.