As barragens do Algarve totalizam um volume de cerca de 154 hectómetros cúbicos (hm3), correspondendo a 34% da capacidade total de armazenamento, com “essas chuvas dos últimos dias permitindo acomodar 26 hm3, o que equivale a 35% das necessidades urbanas e turísticas”, disse à Lusa o presidente da APA.

Apesar de uma melhora na situação na região do país mais afetada pela seca, José Pimenta Machado defendeu a necessidade de manter as medidas de economia, pois não se sabe qual será a evolução dos volumes de água no futuro.

“Estamos melhores do que éramos antes, mas temos que manter o mesmo objetivo, o mesmo plano para economizar água em diferentes setores. Ou seja, para o setor urbano 10% e para a agricultura e turismo 13%”, disse.

Por outro lado, em comparação com o mesmo período de 2023, há um aumento de aproximadamente 39 hm3 de água armazenada, com a capacidade das barragens aumentando de 115 hm3 no mesmo período (26% da capacidade) para 154 hm3 (34%).

“O modelo apresentado em maio, com o alívio dos cortes, está em linha com as reservas de água disponíveis”, insistiu o presidente da APA.

O Governo decidiu em maio aliviar as restrições anteriormente impostas ao consumo de água na agricultura e no setor urbano do Algarve, incluindo o turismo, para enfrentar a seca na região.

As restrições impostas ao consumo de água aumentaram de 25% para 13% na agricultura e de 15% para 10% no setor urbano.

As barragens no leste são as que absorveram mais água com as chuvas dos últimos dias, como foi nesta área do Algarve onde a precipitação foi mais intensa.

A barragem de Odeleite está agora com 46% da capacidade (59,36 hm3), Beliche com 38% (18,09 hm3) e Funcho com 37% (17,70 hm3).

No oeste, as porcentagens são menos importantes, com a barragem de Odelouca registrando 31% de sua capacidade (49,16 hm3), a barragem de Arade 17% (4,88 hm3) e a barragem de Bravura com 13% (4, 40 hm3).

Após as chuvas que atingiram o Algarve entre quinta e sexta-feira, Pimenta Machado quis deixar uma mensagem de “solidariedade” às populações afetadas, elogiando os municípios e a Proteção Civil regional pelo trabalho que realizaram.

De acordo com o Boletim Climatológico do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) divulgado na passada sexta-feira, em outubro houve uma diminuição muito significativa da área sob seca meteorológica em Portugal continental.

No Baixo Alentejo e no Algarve houve uma diminuição na intensidade da seca meteorológica, com essas regiões na classe de seca fraca no final de outubro.