De acordo com dados preliminares do Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2024 os estabelecimentos de alojamento turístico registaram 31,6 milhões de hóspedes e 80,3 milhões de dormidas, refletindo aumentos anuais de 5,2% e 4,0%, respectivamente.

As dormidas de não residentes predominaram (70,3% do total) e atingiram 56,4 milhões, enquanto as de residentes (29,7% do total) totalizaram 23,9 milhões, o que corresponde a aumentos de 4,8% e 2,4%, respectivamente.

“Em comparação com 2023, a dependência dos mercados externos aumentou ligeiramente (69,8% em 2023), atingindo o maior peso desde 2018 (70,4%)”, nota o INE.

Do aumento de 3,1 milhões nas dormidas registrado em 2024 em comparação com 2023, os não residentes representaram 82,1% (+2,6 milhões de dormidas), enquanto os residentes contribuíram com 557,7 mil dormidas adicionais.

De acordo com o instituto de estatística, no ano passado, as dormidas de residentes foram dominantes em apenas duas regiões: Centro e Alentejo, onde representaram 67,1% e 66,5%, respectivamente.

As regiões onde a dependência dos mercados externos foi mais significativa no ano passado foram a Madeira e a Grande Lisboa (85,3% e 82,0% do total de dormidas em 2024, pela mesma ordem).

Os dados do INE indicam ainda que os mercados externos “predominaram em todos os meses de 2024, com maior predominância nos meses de outubro e maio”, onde representaram 75,5% e 75,3% do total de dormidas registadas em cada mês, respectivamente.

Pelo contrário, os meses de dezembro e agosto registaram a menor dependência dos mercados externos, com as dormidas de residentes representando 37,9% e 34,6% do total de cada mês, respectivamente.

Mercado britânico

Em 2024, o mercado britânico continuou sendo o principal (18,1% do total de dormidas de não residentes) e cresceu 2,7%. Isso foi seguido pelos mercados alemão (11,3% do total), espanhol (9,7% do total), norte-americano (9,2% do total) e francês (+8,0% do total).

O trimestre de verão (julho a setembro) foi aquele em que as dormidas de residentes tiveram a maior participação (31,1% em 2024, após 31,7% em 2023), enquanto o segundo trimestre foi quando houve maior dependência dos mercados externos (73,2%, 72,2% em 2023).

Em termos trimestrais, o mercado do Reino Unido tem sido consistentemente o principal mercado nos últimos dois anos, embora com pequenas perdas de participação de mercado nos últimos três trimestres (em comparação com os mesmos trimestres de 2023). No quarto trimestre de 2024, representou 17,0% das dormidas de não residentes (-0,5 pontos percentuais em relação ao quarto trimestre de 2023).

O mercado alemão representou 12,3% do número total de dormidas de não residentes (+0,1 pontos percentuais em relação a 2023), seguido pelo mercado norte-americano, com uma participação de 9,8% do total (+0,4 pontos percentuais).

A análise do INE mostra ainda que, em 2024, a Grande Lisboa foi a região NUTS II com menor dependência, tanto no principal mercado externo (16,1% do total de dormidas de não residentes) como nos três principais mercados externos (32,8%).

Os Açores (17,4%), o Alentejo (17,7%) e o Norte (17,9%) foram seguidos como regiões com menor dependência do principal mercado externo. Por sua vez, a Península de Setúbal foi a segunda região com menor dependência dos três principais mercados externos (37,7%

).

Algarve

Por outro lado, o Algarve foi a região mais dependente do principal mercado externo, que representou 36,6% das dormidas de não residentes registadas na região. Seguiu-se o Centro (25,3%), a Madeira (24,2%) e o Oeste e Vale do Tejo (

24,1%).

O Algarve e a Madeira foram as regiões mais dependentes dos três principais mercados externos (58,8% do número total de dormidas de não residentes).

Espanha foi o principal mercado externo em cinco regiões — Centro (25,3% das dormidas de não residentes), Oeste e Vale do Tejo (24,1%), Península de Setúbal (18,2%), Norte (17,9%) e Alentejo (17,7%) -, enquanto os Estados Unidos se destacaram nos Açores (17,4%) e na Grande Lisboa (16,1%).

Por sua vez, a Alemanha foi o maior mercado externo na Madeira (24,2%) e o Reino Unido foi o principal no Algarve (36,6%).