De acordo com os cálculos do ECO, no primeiro trimestre de 2020, no início da pandemia de covid-19, uma casa em Portugal de 60 metros quadrados adquirida através de um crédito à habitação a 30 anos, indexado à taxa Euribor a 12 meses e com uma entrada de 20% do capital, traduzia-se, em média, numa prestação equivalente a um quinto do rendimento do agregado familiar. No primeiro trimestre de 2023, essa mesma casa comprada nas mesmas condições financeiras exige hoje uma taxa de esforço de 38%.
Em apenas três anos, a taxa de esforço das famílias portuguesas para comprar casa aumentou, em média, 1,9 vezes nos 24 concelhos mais populosos do país, que albergam mais de 100 mil habitantes. Trata-se de um aumento com um elevado impacto na vida das famílias.
E entre os que têm mais dificuldade em mudar de casa nos seus concelhos estão os residentes na área metropolitana de Lisboa, nomeadamente no Seixal, Setúbal e Sintra, onde a taxa de esforço mais do que duplicou desde o primeiro trimestre de 2020.