Em comunicado, o Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH), que fez um levantamento da taxa de inoperacionalidade das ambulâncias do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) para o mês de maio, sublinha que mais de metade tem “períodos de inoperacionalidade elevados”.

Do levantamento feito, o STEPH conclui que 20 ambulâncias têm mais de 50% de inoperacionalidade durante o mês de maio e que há ambulâncias que “não abrem há vários meses por falta de técnicos”. Conforme se nota nos casos de Faro e Quarteira 3.

Estas são as duas ambulâncias mais próximas das novas instalações do INEM Algarve que a ministra da Saúde irá inaugurar, que representam um investimento de 1,8 milhões de euros.

Segundo o sindicato, de acordo com o plano de atividades do INEM os técnicos de emergência pré-hospitalar deveriam ser 1.480, mas são pouco mais de 800.

Recordando o Rally de Portugal, que decorre até domingo, o STEPH lembra que “ao mesmo tempo que o INEM tem empenhadas 13 viaturas” neste “evento desportivo e de cariz privado”, “os cidadãos portugueses encontram-se privados de acesso aos cuidados de emergência médica incluindo em zonas onde decorre” a prova.

“O cenário piora a cada dia que passa”, insiste o sindicato, acrescentando: “Se no passado os constrangimentos eram menores, verificando-se apenas nas duas maiores áreas metropolitanas, hoje alastraram de forma bastante mais expressiva a todo o país, limitando o acesso dos cidadãos a cuidados de emergência médica eficazes”.

Em comunicado, o STEPH considerou que a escassez de técnicos se deve, sobretudo, “à má gestão que tem imperado no INEM ao longo dos últimos anos”, culpando as “políticas retrogradas, conservadoras e ineficazes que afastam cada vez mais profissionais do instituto”.

Na altura, em resposta ao STEPH, o INEM sustentou que o “Sistema Integrado de Emergência Médica funciona em rede, numa lógica de complementaridade, sendo composto por mais de 600 meios de emergência pré-hospitalar, do INEM e dos parceiros bombeiros e Cruz Vermelha Portuguesa, que dão uma resposta adequada às necessidades”.