"O nosso compromisso é firme, tal como será o nosso investimento. Portugal contribuirá com cerca de 10% do custo de funcionamento do mecanismo de Apoio à Aliança, 300 mil dólares (cerca de 284 mil euros), pelo menos até 2030", afirmou Luís Montenegro.
Numa intervenção na primeira sessão de trabalho da reunião de chefes de Estado e de Governo do G20 - a que Portugal se junta pela primeira vez como observador a convite da presidência brasileira deste fórum internacional -, Montenegro saudou o Presidente Lula da Silva por trazer para o centro da discussão de "temas absolutamente essenciais como a erradicação da pobreza e da fome".
"A decisão histórica de criar uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza vai criar uma nova dinâmica política e deve mobilizar-nos a todos para atingirmos os objectivos de desenvolvimento sustentável 1 e 2 [das Nações Unidas] até 2030", afirmou.
O primeiro-ministro afirmou, numa intervenção a que a comunicação social apenas teve acesso à versão escrita (os trabalhos da cimeira estão a decorrer sem transmissão de sinal à imprensa), que "quebrar ciclos intergeracionais de pobreza é uma das prioridades de Portugal".
"É, por isso, com especial satisfação que vemos as crianças e os jovens no centro das preocupações reflectidas no documento fundador da Aliança", afirmou.
O Primeiro-Ministro português disse acreditar que a abordagem colectiva da nova Aliança - à qual o país aderiu como membro fundador - contribuirá para a partilha de conhecimentos e experiências, para a mobilização de mais recursos públicos e privados e para a promoção de sinergias com outras iniciativas, nomeadamente das Nações Unidas e da União Europeia.
Montenegro salientou que Portugal investe atualmente, na política de cooperação, mais de 50% dos seus recursos bilaterais em áreas como as infra-estruturas e os serviços sociais (Educação e Saúde), a par das áreas da segurança alimentar e nutricional e, geograficamente, nos Países Menos Avançados (PMA's) e mais vulneráveis, com destaque para África.
"E fá-lo sempre num espírito de parceria, assegurando a apropriação pelos países parceiros e beneficiários. Acreditamos que a eficácia dos programas é tão relevante como o seu volume", disse, manifestando o desejo de Portugal de potenciar as oportunidades de cooperação triangular no quadro da Aliança com África, América Latina e outras regiões.
Portugal participou este ano em mais de 100 reuniões do G20 a convite do Brasil, a nível ministerial e técnico, culminando com a cimeira de chefes de Estado e de Governo no Rio de Janeiro.
A 1 de dezembro de 2023, e até 30 de novembro deste ano, o Brasil assumiu pela primeira vez a presidência do G20 sob o tema "Construir um Mundo Justo e um Planeta Sustentável". Durante a sua presidência convidou 19 países, entre os quais Portugal, Angola, Moçambique e Espanha, e organizações como a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Os membros do G20 - EUA, China, Alemanha, Rússia, Reino Unido, França, Japão, Itália, Índia, Brasil, África do Sul, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Canadá, Coreia do Sul, Indonésia, México, Turquia e, ainda, a União Europeia e a União Africana - representam as maiores economias, cerca de 85% do Produto Interno Bruto mundial, mais de 75% do comércio mundial e cerca de dois terços da população mundial.