Implementadas principalmente no Algarve, onde existem 37, essas áreas de dois por dois metros criam uma rede de florestas comestíveis que permitem incentivar a regeneração do solo e dos ecossistemas e, ao mesmo tempo, produzir alimentos, explicou Luís Afonso, cofundador da iniciativa com Ana Laura Cruz.

Luís Afonso explicou que a 'Maior Mini Floresta' busca incentivar aqueles que têm uma pequena área de terra a desenvolver a agricultura regenerativa, combinando conhecimentos de dois métodos, a agricultura sintrópica, do Brasil, que exige maior intervenção humana, e um modelo japonês, que é o método 'Miyawaki', que precisa de menos manutenção.

Com esse conhecimento, o foco é colocado na regeneração natural, e “são criadas ilhas de biodiversidade que crescem muito rapidamente”, usando preferencialmente, mas não apenas, plantas comestíveis, apontou.

“Nosso modelo, que foi criado por nós, reúne esse conhecimento, para ter esse quadrado [de terra], que é algo mais prático, menor, que pode criar e produzir alimentos, mas ao mesmo tempo regenerar o solo”, afirmou.

Assim, é possível “acelerar todo o processo de regeneração, de produção do solo” e “direcionar o sistema para algo mais adaptado ao homem, com o objetivo de satisfazer suas necessidades, mas, ao mesmo tempo, regenerar o solo”.

Workshops

O projeto promove 'workshops' que transmitem esse conhecimento às partes interessadas e o objetivo é ter gradualmente mais áreas dedicadas a esse tipo de agricultura, ele indicou.

Desde maio de 2023, a 'Maior Mini Floresta' já conseguiu “criar a 43ª mini floresta comestível, das quais 37 estão localizadas no Algarve”, e Luís Afonso garantiu que já recebeu manifestações de interesse em frequentar essas formações de pessoas da Espanha ou da Bélgica.

“Podemos começar com um quadrado de apenas quatro metros quadrados e depois expandi-lo. Em outras palavras, nosso modelo é sempre um quadrado. Temos um sistema que começa com um único quadrado”, explicou, salientando que depois de três ou seis meses outra praça pode ser criada ao lado e o objetivo é ter cada vez mais áreas contribuindo para a agricultura regenerativa no mundo

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A ideia é ter “o número máximo de pessoas criando um pequeno oásis que está regenerando um lugar” e ter cada vez mais partes interessadas em “criar um impacto significativo” na regeneração do solo e na preservação da biodiversidade.

No sábado, está programado um workshop na Quinta da Fornalha, em Castro Marim, que é apresentado pelos promotores como uma introdução para “aqueles que querem aprender a criar sua própria mini-floresta comestível”, em que o método, as características do modelo de dois por dois metros, seleção de plantas e viveiros, preparação do solo ou técnicas de plantio ou irrigação.

No domingo, acontecerá a 'Biggest Mini Forest Celebration', que dedicará o dia a visitas de campo a miniflorestas em diferentes estágios de desenvolvimento, socialização e até uma conversa entre dois convidados especialistas nos métodos que inspiraram o modelo do projeto, Sónia Soares (Floresta Nativa/Método Miyawaki) e Diogo Santos (Pocket Garden/Agricultura Sintrópica).