Estes bons resultados têm por base uma
melhoria substancial de todas as rubricas da conta de resultados, como
consequência de uma maior dinâmica comercial e de uma capacidade de captação de
negócios que levou o banco a crescer em todas as linhas de negócio, segmentos
de clientes e diferentes geografias em que opera.
Desta forma, o Grupo Bankinter alcança a
31 de dezembro de 2022 um resultado antes de impostos de 785 milhões de euros,
que representa um aumento de 46,3% face ao ano anterior. Por sua vez, o
resultado líquido foi de 560,2 milhões de euros, mais 28,1%, e isto apesar de
em 2021 terem sido ainda incluídos quatro meses de receitas da companhia de
seguros, ainda que excluindo na comparação a mais-valia gerada pela entrada da
Línea Directa na bolsa, que o banco obteve nesse ano.
Os diferentes rácios e indicadores
acompanham essa dinâmica de negócio. Assim, o ROE (rentabilidade sobre capitais
próprios) situa-se nos 12%, face aos 9,6% do ano anterior que não inclui a
mais-valia extraordinária da Línea Directa; e com o ROTE nos 12,7%. A
eficiência melhora até aos 44%, ou 40,5% relativamente a Espanha. Todos estes
valores se mantêm entre os melhores do setor a nível europeu.
Quanto à solvência, o rácio de capital
CET1 fully loaded sobe até aos 12%, muito acima do requisito mínimo que
o BCE estabeleceu para o Bankinter para 2023, que é de 7,726%, o mesmo que no
ano anterior.
Paralelamente, o Bankinter mantém o seu
nível de morosidade controlado, apesar de um agravamento do contexto
macroeconómico, com um rácio que se reduz até aos 2,10% face aos 2,24% de há um
ano e com uma cobertura fortalecida que chega aos 66,3% face aos 63,6% de
dezembro de 2021.
No que se refere à liquidez, o Bankinter
mantém um gap comercial negativo, ao dispor de um volume de depósitos superior
ao de créditos, de 102,8%, destacando o facto de a entidade não contar para
este ano com vencimentos de emissões maioristas.
Desataca-se também o desempenho da ação
BKT, com um aumento no seu valor de 39% e um rendimento total para os
acionistas, no ano, incluindo dividendos, de 45%.
Dados do
Balanço
O
total de ativos do Grupo mantêm-se, a 31 de dezembro de 2022, em termos
semelhantes aos do ano anterior: 107.507 milhões de euros.
No
que se refere à carteira de crédito a clientes, regista um crescimento de 9,1%
relativamente a 2021, até aos 74.243,4 milhões de euros, refletindo a dinâmica
comercial do banco e a sua disponibilidade para continuar a apoiar os projetos
de financiamento de famílias e empresas numa conjuntura complexa como a atual.
Considerando
apenas os dados em Espanha, a carteira de crédito cresce 5,3%, seis vezes
superior à média de crescimento do setor, segundo dados de novembro do Banco de
Espanha. Noutras geografias, o crescimento é muito mais acentuado: mais 15% no
caso de Portugal, enquanto a Irlanda duplica o seu saldo de empréstimos.
Quanto
aos recursos de clientes de retalho, concluem o ano nos 75.164,3 milhões de
euros, o que representa um aumento de 3,7% face a 2021, num contexto de elevada
concorrência entre as instituições.
Por
sua vez, os recursos geridos fora do balanço registam uma descida de 9,4% em
2022 devido sobretudo a uma evolução negativa dos mercados de renda fixa e dos
mercados de ações que impacta toda a valorização dos ativos. Não obstante, o
património de fundos de investimento da Bankinter Gestión de Activos cresce
3,3%
Rubricas da conta de resultados.
Todas
as rubricas da conta de resultados registam crescimentos muito importantes
relativamente ao ano anterior, fruto de uma evolução favorável das taxas de
juro e da maior dinâmica comercial do banco, que se traduziu em maiores
volumes, especialmente da carteira de crédito.
Assim,
a margem de juros conclui 2022 com valores 20,5% superiores aos de 2021,
alcançando os 1.536,7 milhões de euros, terminando um excelente trimestre
estanque, o melhor dos últimos anos.
Quanto
à margem bruta, situa-se a 31 de dezembro, pela primeira vez, acima dos 2.000
milhões de euros, concretamente 2.084,3 milhões de euros, que representam um
crescimento de 12,3% face a 2021.
Relativamente
à margem de exploração antes de provisões, conclui 2022 com valores igualmente
positivos, 1.166,3 milhões de euros, mais 16,4% do que em 2021, assumindo
custos operacionais que crescem 7,6% devido a maiores investimentos em novos
projetos e ao aumento da retribuição da equipa para dar suporte aos mesmos, e
com custos regulatórios que somam 140 milhões de euros em 2022, face aos 124
milhões de euros do ano anterior, e que representam 7% da margem bruta.
Dinâmica comercial, estratégia consistente
e sólida posição reputacional.
Um foco estratégico consistente no tempo e
muito bem definido, um sólido posicionamento reputacional e a maior dinâmica da
rede comercial do banco, resultaram em crescimentos importantes em todos os
negócios, em todos os produtos e em todas as geografias.
No negócio de Empresas, que contribui com
33% para a margem bruta do banco, importa destacar o incremento da carteira de
crédito, 9,3% superior à de 2021, com uma nova produção que cresce 28% em 2022.
Se considerarmos apenas a carteira de crédito a empresas em Espanha, o
crescimento é de 8,2%, face a um setor que cresce 1,8%, de acordo com dados de
novembro do Banco de Espanha. Isto significa que o Bankinter continua a ganhar
quota de mercado e que se manteve ao lado dos seus clientes, financiando a sua atividade
empresarial num contexto desafiante.
O apoio às empresas também na sua
atividade exterior, com novos serviços e equipas cada vez mais especializadas,
traduziu-se em crescimentos de 25% do crédito no negócio internacional de
empresas, que alcança já os 8.000 milhões de euros. Da mesma forma, a relação
do Bankinter com os seus clientes empresas continua a fortalecer-se, como
demonstra o maior protagonismo que está a assumir o negócio transacional, cuja
margem bruta supera em 48% a de 2021.
Quanto ao negócio da Banca Comercial, ou
dos particulares, destaca-se o crescimento do património gerido entre os
segmentos mais elevados, como são os de Banca Privada, hoje Banca Patrimonial,
e Banca Retail. Este património alcança no primeiro destes segmentos os 51.100
milhões de euros face aos 49.900 milhões de 2021, e isto apesar de um efeito de
mercado que impactou negativamente no valor desse património em 3.300 milhões
de euros. O Bankinter captou em 2022 mais de 4.000 milhões de euros de
património líquido novo.
Na Banca Retail, o património gerido
alcança os 41.400 milhões de euros, face aos 39.700 milhões de euros do ano
passado, mesmo considerando um efeito negativo de mercado de 1.500 milhões de
euros. O património líquido novo captado em 2022, neste segmento, foi de 3.400
milhões de euros.
O principal produto captador de clientes
da Banca Comercial continua a ser a conta ordenado, a única do género que
mantém as suas condições vantajosas desde o seu lançamento, há mais de 10 anos.
A carteira de contas ordenado ascende já a 16.700 milhões de euros, o que
representa 2,4 vezes mais que o saldo de há 5 anos, em 2017.
No que se refere ao negócio hipotecário, a
carteira alcança um valor global de 33.700 milhões de euros. O crescimento da
carteira hipotecária em Espanha foi de 2,8% em 2022, face uma média de
crescimento setorial de 0,4%, de acordo com dados de novembro do Banco de
Espanha. A nova produção hipotecária, incluindo todas as geografias e também o
EVO Banco, foi de 6.700 milhões de euros em 2022, o que representa um
crescimento de 13% face a 2021 e uma de quota de mercado de 6,7% em novas
operações.
Merece
uma menção especial a atividade da banca de investimento, especialmente o
negócio de investimento alternativo, desenvolvido a partir da filial Bankinter
Investment, A entidade lançou até agora 19 veículos de investimento, com um
capital comprometido por investidores superior a 4.000 milhões de euros. Este
negócio, que gerou uma margem bruta de 154 milhões de euros em 2022, iniciará
em 2023 um novo caminho de crescimento através do lançamento da nova gestora de
investimento alternativo, que permitirá que clientes de retalho acedam a estes
ativos.
Nos
vários países em que o Bankinter opera, o resultado pode definir-se como muito
positivo. Este é o caso de Portugal, onde o volume de negócio gerido não deixou
de crescer desde a chegada do banco ao país. Somando os recursos de balanço,
recursos fora de balanço e o crédito, o Bankinter Portugal alcança os 18.200
milhões de euros de volume de negócio, face aos 11.400 milhões de euros de
2017.
No
que se refere a 2022, o crédito cresceu 15% para 8.000 milhões de euros e os
recursos de clientes subiram 9% para os 6.400 milhões de euros.
A
conta de resultados do Bankinter Portugal obtém em 2022 indicadores muito
relevantes, com base num crescimento da margem de juros de 35%, 25% da margem
bruta e 47% da margem antes de provisões. Tudo isto se traduz num resultado
antes de impostos de 78 milhões de euros, 54% superior ao de 2021.
Por
sua vez, o negócio da Irlanda reflete a excelente evolução da atividade
hipotecária, cujos bons resultados se refletem na margem bruta. A carteira de
crédito da Avant Money, marca com que o Bankinter opera na Irlanda, alcança os
2.300 milhões de euros, mais 132% do que em 2021. Desse volume, 1.600 milhões
de euros correspondem a hipotecas, valor que representa o triplo da carteira de
há um ano, e com um rácio de mora de apenas 0,4%. A Avant Money conclui 2022
com uma margem bruta de 80 milhões de euros, mais 34% do que em 2021.
Relativamente
ao Bankinter Consumer Financer, a filial do banco onde se consolidam os dados
da Irlanda, o desempenho em 2022 foi igualmente positivo. A carteira de crédito
soma já 5.500 milhões de euros, dos quais 1.600 milhões de euros são hipotecas
na Irlanda e o resto, negócio de consumo: 2.600 milhões de euros em empréstimos
e demais, negócio de cartões nas suas diversas modalidades.
Quanto
ao EVO Banco, os dados de crédito mostram que a nova estratégia seguida pela
filial está a encontrar aceitação por parte dos clientes digitais. As novas
hipotecas contratadas em 2022 ascenderam 984 milhões de euros, mais 35% do que
em 2021, sendo 98% das quais a taxa fixa graças a uma das ofertas mais
competitivas do mercado. A carteira de crédito soma já 2.700 milhões de euros,
com um crescimento em 2022 de 45%. A margem bruta deste negócio ascendeu em
2022 a 37 milhões de euros, 55% superior à de 2021.
Por
último, importa mencionar alguns dados relativos à atividade em matéria de
Sustentabilidade, nos seus respetivos âmbitos: Ambiental, Social e de Governo
Corporativo. No primeiro, o banco continuou a avançar o seu processo de
descarbonização da carteira de Empresas e com a previsão de incorporar a
carteira hipotecária neste roteiro de descarbonização. Por sua vez, o negócio
sustentável manteve um ritmo ascendente, com números destacados, como os mais
de 1.600 milhões de euros em financiamento sustentável a empresas ou o
incremento nos fundos de investimento e planos de pensões ASG próprios, que
pela primeira vez superam os 1.000 milhões de euros. No que se refere ao âmbito
Social e de Governo Corporativo, destacam-se os dados de acessibilidade digital
nos sites e app do banco, o compromisso com o emprego e o pleno cumprimento das
recomendações de Bom Governo.