"Os recursos humanos foram um tema extremamente crítico em 2022. Por isso, começou-se a valorizar mais [o trabalho] ao nível de pagamentos e isso foi muito importante", disse Fernando Garrido.
Numa lógica de lei da oferta e da procura - dado que a falta de mão de obra foi em 2022 apontada como o fator mais crítico para o desenvolvimento do setor, o responsável avançou que, no ano passado, a maioria das empresas terá aumentado "entre 15 a 20% as remunerações ou os benefícios aos colaboradores".
"Não era contratar, era reter porque na realidade não havia recursos e, consequentemente, o objetivo foi pagar mais para garantir que estávamos a reter as pessoas", disse.
Melhorias que Fernando Garrido aplaude porque "acabou por haver uma necessidade de nivelamento" das remunerações, a partir do momento em que a base da constituição da remuneração dos colaboradores mudou.
"A remuneração há uns anos era assente sobre uma base de retorno que era dado pelo cliente, as gorjetas. Com o evoluir do tempo, essas gorjetas começaram a deixar de existir em tão grande expressão e, consequentemente, o rendimento do colaborador acabou por diminuir", explicou.
"Somos dos setores que está a aumentar de uma forma mais abrangente. É rara a empresa, ou raro o colega com quem falo, que tenha aumentado abaixo dos 5%. Toda a gente aumenta acima desses valores mais que tudo para tentar dar condições aos colaboradores. Também para atrair, não há que esconder", reforçou.
Fernando Garrido salientou que "os benefícios não passam exclusivamente pela remuneração", mas incluem, muitas vezes, "outro tipo de 'package' salarial'", como benefícios dentro das empresas, seguros de saúde ou subsídio de alimentação e até alimentação em géneros", por exemplo.
"Há toda uma série de condições que estão a ser dadas aos colaboradores no sentido de captar e reter pessoas, sem dúvida", sublinhou.