A Aparroz, a maior organização de produtores de arroz do vale do Sado, representa grande parte dos cerca de 250 orizicultores daqueles dois concelhos do litoral alentejano, Alcácer do Sal e Santiago do Cacém, ambos no distrito de Setúbal.
Segundo João Reis Mendes, “embora este ano não tivesse havido falta de água para a produção de arroz em Alcácer do Sal, as barragens de Pego do Altar e Vale de Gaio estão a níveis muito baixos, o que poderá condicionar a produção de arroz do próximo ano se não chover o suficiente nos próximos meses”.
Bem pior do que a situação que se vive nas barragens do concelho de Alcácer do Sal, é a realidade da barragem de Campilhas, em Santiago do Cacém, onde alguns produtores já deixaram de produzir há três ou quatro anos devido à falta de água.
Segundo José Pereira, da Associação de Agricultores do Distrito de Setúbal (AADS), que representa cerca de duas dezenas e meia de orizicultores, principalmente das zonas do Carvalhal (Grândola) e da Comporta (Alcácer do Sal), “a barragem de Campilhas poderia ser recarregada a partir da barragem do Alqueva, mas o preço da água cobrado pela EDIA, Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva, é incomportável para os produtores de arroz”.
José Pereira adverte, por isso, para a necessidade de haver medidas para ajudar os produtores de arroz da região e defende que os apoios financeiros não devem ser todos canalizados para outras culturas.