Pedro Magalhães aponta que “a eleição ocorre em contexto difícil para os socialistas em exercício”. E que apesar da condição económica “relativamente favorável […] a aprovação do Governo diminuiu acentuadamente desde as últimas eleições, de mais de 60% para cerca de 25%”

“Isto parece estar relacionado com o aumento do custo de vida experimentado nos últimos dois anos – especialmente na habitação nas áreas metropolitanas – e com o fraco desempenho no ensino público e no SNS”, afirma o profissional em política, referindo que Pedro Nuno Santos, candidato a primeiro-ministro do PS, apesar do apoio dos membros do partido, mantém “o público em geral mais cético”.

Quanto à coligação PSD-CDS/PP-PPM o especialista refere um obstáculo: apesar do aumento de eleitores interessados na AD “neste contexto de insatisfação dos eleitores, o seu crescimento como principal alternativa aos socialistas é limitado pela ascensão da direita radical representada pelo Chega”.

“O Chega cresceu de 1,3% dos votos nas eleições de 2019 para 7,2% em 2022, e as sondagens mostraram que estão prontos para receber pelo menos 15% dos votos, talvez até mais”, referiu Pedro Magalhães, argumentando com a visão dos eleitores quanto à corrupção no meio político, que atrai eleitores a votar no Chega.

“Cerca de um em cada cinco inquiridos afirmou estar indeciso” quanto em quem votar, afirma Pedro Magalhães, referindo que são esses que podem alterar o resultado final das eleições que acontecem no próximo dia 10 de março.