A Câmara Municipal de Lagoa comprou ontem os terrenos da Alagoas Brancas depois de ter assinado um protocolo de colaboração com o Fundo Ambiental do Ministério do Ambiente e Ação Climática (MAAC) no final de 2023, o que lhe permitiu receber o valor doado pelo governo para a compra dos terrenos, lê-se numa nota de imprensa enviada à sala de imprensa.
O processo de negociação durou vários meses e foram inúmeras as diligências efectuadas pelo executivo permanente para que fosse possível chegar a um acordo de serviço que permitisse que o ato de ontem fosse uma realidade. Para além das diligências feitas pela Câmara Municipal de Lagoa, o envolvimento do governo, na altura das negociações, foi decisivo para o desfecho deste pelouro de negociações.
O município de Lagoa já está a trabalhar há alguns meses no projeto do Parque Natural que ali será construído, uma vez que ficou acordado no protocolo assinado com o Fundo Ambiental do Ministério do Ambiente e Ação Climática (MAAC) que os terrenos adquiridos seriam para a construção de um Parque Natural.
É importante referir que o loteamento Alagoas Brancas é parte integrante do Plano de Urbanização da Cidade de Lagoa, aprovado na reunião de Câmara de 6 de fevereiro de 2008, que definiu a zona sul da cidade de Lagoa como área de expansão das actividades económicas e de implantação de zonas industriais de usos múltiplos de comércio e serviços, pelo que o promotor tinha todos os direitos adquiridos para construir naquela zona da cidade.
Este loteamento e construção deu origem a um movimento cívico, ao qual se juntaram algumas associações ambientalistas, que desde a primeira hora contestaram a construção naquele local por considerarem que ali existia uma riqueza natural que deveria ser preservada.
Felizmente, graças ao entendimento com o promotor, que abdicou de todos os seus direitos, foi possível à Câmara Municipal de Lagoa chegar a um acordo que lhe permitiu comprar o terreno e preservar aquela zona da cidade, sendo que em 2021 o atual Executivo passou a classificar aquela zona, através do PDM, como solo rural, pelo que nunca foi possível construir no local.
"Este é um momento de grande satisfação para mim e para o meu executivo, pois conseguimos resolver um problema que herdámos e que se arrastava há muitos anos. Penso que Lagoa ganhou porque conseguimos cumprir com aquilo para que sempre estive disponível, que era resolver a situação sem nunca prejudicar o futuro de Lagoa e dos lagoenses", afirmou Luís Encarnação, Presidente da Câmara Municipal de Lagoa.