O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas(ICNF) informou que foi encontrada uma nova colónia de abutres-pretos numa exploração agrícola no concelho de Vidigueira, distrito de Beja, elevando para cinco o número total de colónias conhecidas em Portugal. Dez indivíduos adultos de abutre-preto (Aegypius monachus) compõem esta nova colónia, descoberta pelo ICNF durante operações de monitorização.
A colónia foi identificada durante a época de reprodução, um período particularmente sensível para esta espécie, tendo sido confirmada a reprodução em pelo menos um dos ninhos, no qual foi possível observar um indivíduo jovem já em voo", explica o ICNF. Para esta espécie, a época de reprodução decorre entre fevereiro e agosto, sendo que cada casal põe um ovo anualmente. A Direção Regional de Conservação da Natureza e Florestas do Alentejo já "iniciou os procedimentos necessários para monitorizar e salvaguardar esta colónia, em colaboração com os proprietários da Herdade do Monte da Ribeira".
Enquanto necrófago, o abutre-preto está classificado como "Criticamente em Perigo" em Portugal. No âmbito da "Diretiva Aves", é também prioritário e considerado de importância comunitária. Como acrescenta o ICNF, "após mais de meio século de declínio demográfico e ausência como espécie nidificante no país, o abutre-preto restabeleceu o seu estatuto de espécie nidificante em Portugal em 2010, com várias pequenas colónias".
Conhecida por ser "a maior ave de rapina da Europa", esta espécie encontra-se maioritariamente em regiões protegidas em Portugal, incluindo o Parque Natural do Tejo Internacional, a Serra da Malcata e o Parque Natural do Douro Internacional. Com esta nova colónia no Alentejo, o número de colónias de abutre-preto conhecidas no país aumentou para cinco.