No concelho de Seia, a produção tradicional de louça de barro de Paranhos da Beira e Carvalhal da Louça foi inscrita no Registo Nacional de Produções Artesanais Tradicionais Certificadas. De acordo com a documentação associada ao registo, a olaria de Paranhos da Beira e Carvalhal da Louça "distingue-se dos restantes centros oleiros nacionais, sobretudo pela tipologia das peças produzidas", que remontam ao século XIX. O Rancho Folclórico de Paranhos da Beira é o promotor designado deste ofício artesanal.

O próximo passo da coletividade é obter a indicação geográfica desta produção tradicional junto do Instituto Nacional da Propriedade Industrial(INPI, IP). Em setembro de 2024, a Comissão Consultiva para a Certificação das Produções Artesanais Tradicionais deu parecer favorável ao pedido de registo, não tendo sido apresentada qualquer oposição durante o período de oposição estabelecido.

De acordo com os documentos de registo, a olaria de Paranhos da Beira e Carvalhal da Louça é única em Portugal, distinguindo-se pelas suas formas e técnicas especializadas. Estes desenhos tradicionais mantiveram-se constantes durante mais de um século, como o comprovam as peças expostas no Núcleo Museológico de Paranhos da Beira. O artesanato centra-se na olaria utilitária, cujas inovações só são permitidas se preservarem a essência tradicional e a tipologia de utilização das peças originais.

Em 2017, o Grupo de Folclore de Paranhos da Beira criou o Núcleo Museológico de Paranhos da Beira numa escola primária adaptada. O centro funciona como um pólo vital para a preservação deste património, apresentando exposições, uma "Oficina do Oleiro" e um laboratório para a experimentação prática de técnicas tradicionais de olaria. A iniciativa é apoiada por dois oleiros activos que se dedicam a manter vivo este ofício secular.