Em declarações à Lusa, Cristina Siza Vieira, vice-presidente executiva da associação, disse que a entidade está a "acompanhar" o desenvolvimento dos projectos previstos, mas ressalvou que estes deverão decorrer ao longo de vários anos.

A responsável comentava uma notícia do Público sobre o crescimento do número de hotéis, com base em dados do Observatório da Associação de Turismo de Lisboa e da Câmara Municipal do Porto.

Citando dados da consultora Lodging Econometrics, Cristina Siza Vieira disse que Portugal aparece em quinto lugar entre os países europeus, com 113 projectos em 'pipeline'.

De acordo com fontes nacionais, Lisboa tem 55 projectos e o Porto tem 108 em 'pipeline' aprovado, que podem avançar, mas também podem não avançar, referiu.

Há ainda 27 unidades previstas noutros municípios da Região Metropolitana de Lisboa.

Cristina Siza Vieira disse que a oferta hoteleira em Lisboa, se todos estes projectos se concretizarem, até 2026 ou 2027, crescerá 15% e a oferta no Porto crescerá 35%.

No entanto, indicou que a convicção da AHP "é que isto vai ser muito mais diluído no tempo do que aparentemente parece", apontando a falta de capacidade do aeroporto de Lisboa para transportar mais turistas para a cidade e para o país.

Questionada sobre o impacto nos preços da disponibilização de mais quartos, a vice-presidente da AHP disse não acreditar que isso aconteça.

"De facto, o posicionamento de Lisboa já é elevado e estas marcas internacionais operam a preços muito elevados, pelo que elas próprias não vão baixar os seus preços", disse.

Pelo contrário, a responsável entende que "os preços dos [hotéis] de 4 estrelas, por exemplo, podem aumentar".

"Todos os estudos internacionais provaram que os nossos [hotéis] de 5 estrelas não estavam a puxar o suficiente por toda a oferta e é precisamente por isso que estas marcas internacionais vão entrar no segmento de luxo e fazer subir os preços", indicou.