“Em uma democracia que comemora 50 anos, é importante que não acompanhemos a evolução das democracias cada vez mais antigas, que é o aumento da abstenção em eleições que são todas muito importantes e, nesse sentido, quem pode votar deve votar. Este é o apelo, deixo aqui para domingo [dia 10]”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações aos jornalistas depois de ter votado antecipadamente na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

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Questionado sobre a possível adoção de um sistema de votação eletrônica, o Presidente da República defendeu que os prós e os contras desse modelo devem ser considerados, pensando também nos emigrantes.

Sobre o dia de reflexão, Marcelo Rebelo de Sousa repetiu a sugestão feita em 2022 para repensar a relevância desse direito, que “tinha uma lógica na eleição para a Assembleia Constituinte e no início da democracia”, mas sublinhou que, sobre esta questão, “a Assembleia da República é soberana”.

O Chefe de Estado recusou comentar a campanha eleitoral em curso, mas, questionado sobre um possível cenário de ingovernabilidade após o 10 de março, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que “o povo português demonstrou desde o 25 de abril uma maturidade e uma sabedoria, antecipando em muitos casos o que muitas vezes só é percebido no futuro”.

“Não há razão para parar de acreditar nisso”, acrescentou.

O Presidente da República convocou eleições legislativas antecipadas, na sequência da demissão de António Costa do cargo de primeiro-ministro, no início de novembro de 2023, após o seu nome ter surgido numa investigação do Ministério Público, devido a suspeitas de corrupção envolvendo membros do Governo e do seu gabinete, apesar de não ter sido acusado ou ter sido acusado de quaisquer atos ilegais.