Os preços do suco de laranja têm aumentado e voltaram a atingir níveis recordes nesta semana, após condições climáticas adversas e doenças cítricas que estão atingindo a produção no maior exportador mundial, o Brasil, mas também nos EUA.
A realidade não poderia ser mais diferente no Algarve, região que responde por 88% da produção de citros em Portugal, que já antecipa um aumento na demanda, de acordo com um relatório do ECO.Desde o final de 2022, quando um furacão e uma onda de frio devastaram hectares de laranjais no estado norte-americano da Flórida — a principal região de cultivo dos EUA, o segundo maior produtor do mundo —, os preços futuros do suco de laranja vêm aumentando, informou o Financial Times. Mas o aumento se acelerou fortemente a partir de abril, dadas as perspectivas de uma safra ruim no Brasil, devido ao aumento da prevalência de pragas e doenças que afetam seriamente a produção de citros, bem como às enchentes que ocorreram no Estado do Rio Grande do Sul
.Nesse contexto, o suco de laranja concentrado atingiu um recorde histórico na última terça-feira, sendo negociado a 4,92 dólares por libra (1 libra equivale a 453 gramas), quase o dobro do preço registrado há um ano, na Bolsa Intercontinental de Nova York. York. Um dia depois, foi negociado a $4,77
por libra.Em declarações ao ECO, a AlgarOrange explica que a venda de laranjas, clementinas, tangerinas ou limões produzidos lá “é mais voltada para o mercado de frutas frescas e não para a indústria de sucos”, embora “entre 5% e 10%” da produção acabe sendo direcionada para essa indústria a cada ano, pois não cumpre os padrões de comercialização do mercado fresco.
De acordo com esta associação, que reúne 12 operadores de citrinos do Algarve, a produção na atual campanha de laranja está a decorrer de acordo com as previsões iniciais e apresenta “quantidades normais”, o que permitirá que as laranjas estejam disponíveis “até setembro ou outubro”. Os produtores associados à AlgarOrange garantem, de fato, que há capacidade para um abastecimento normal aos mercados nacional e internacional
.A Associação de Operadores de Frutas Cítricas do Algarve reconhece que, dada a situação global — particularmente no Brasil —, “pode haver um aumento na demanda e valorização da indústria de suco de laranja”, o que beneficiaria os produtores de frutas cítricas no Algarve. “No entanto, até agora, esse não é o caso”.