Intitulada “Uncanny Visions: Paula Rego and Francisco de Goya”, a exposição estará em exibição até 5 de janeiro de 2025 no museu localizado em Bath.

De acordo com o site do museu, esta será a primeira exposição a mostrar a série “Los disparates” (1815-1823) de Goya e “Nursery Rhymes” de Paula Rego (1989) em sua totalidade.

A exposição também inclui uma seleção de objetos tridimensionais de Paula Rego — esculturas e adereços de estúdio — e, “pela primeira vez, uma seleção de gravuras de Goya que a artista possuía e pendurava em volta da cama, sendo essas as primeiras e últimas imagens que ela via todos os dias”.

Quando contactado pela agência Lusa sobre o número de obras de Paula Rego na exposição e a respetiva proveniência, o museu respondeu por e-mail que apresentará um total de 77 obras, 42 da pintora portuguesa.

Todos os empréstimos vêm de coleções públicas e privadas no Reino Unido, incluindo a coleção familiar de Paula Rego, que deixou Portugal para Londres aos 17 anos para estudar na Slade School of Fine Art, onde conheceu seu futuro marido, o artista inglês Victor Willing.

“Tanto Goya quanto Rego há muito tempo estão associados ao conceito de estranheza. Os temas e imagens presentes na obra de ambos estão enraizados em elementos populares e folclóricos e recorrem a um sentimento de familiaridade desconcertante e inquietante, seja através do absurdo das regras sociais — captadas por Goya — ou da crueldade dos versos de infância, notados por Rego”, afirma um texto sobre a exposição enviado à Lusa pelo Museu Holburne

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“Nursery Rhymes”, de Paula Rego, é uma série de mais de 30 gravuras e gravuras produzidas em 1989 que serão exibidas com cinco impressões adicionais feitas em 1994 para acompanhar uma publicação ilustrada publicada pela Thames & Hudson.

A exposição explora como dois artistas — que viveram separados por um século — usaram motivos visuais e dispositivos narrativos semelhantes para transmitir uma gama universal de emoções humanas.

O roteiro da exposição foi criado para “examinar como a influência de Goya em Rego, reconhecida pela própria artista, é visível através da mídia e das técnicas que ela usou, bem como por meio de alguns de seus temas e estéticas”.

“Os visitantes desta exposição poderão observar como a tradução visual única de Rego de rimas infantis tradicionais, ensinada a crianças pequenas, apresenta um grau de ironia e um toque sinistro que está próximo do espírito de Goya”, destaca ainda o texto do museu.

Além do estranho, a exposição explora noções comuns aos dois artistas, como o absurdo e a sátira, o folclore, o humor, a violência, a sensualidade, o engano, o sobrenatural, o antropomorfismo e a animalização.