De acordo com o portal, a consulta pública do estudo de impacto ambiental, que começou em 7 de março e terminou na quinta-feira, registrou 228 participações.
Espera-se que a usina tenha 82.368 painéis solares, de acordo com o estudo de impacto ambiental.
“O projeto da central fotovoltaica flutuante Cabril terá uma potência de conexão de 47,77 MWp [mega watt-pico] gerada por 82.368 painéis solares, cada um capaz de produzir uma potência de pico de 580 Wp e ocupar uma área total do painel de 33,97 hectares”, revela o resumo não técnico do estudo de impacto ambiental, disponível na plataforma participa.pt.
A unidade de pico de megawatts corresponde à potência máxima de um conjunto de painéis solares em condições 'padrão', ou seja, radiação solar de 1.000 watts/m2 e 25 graus de temperatura.
O resumo não técnico afirma que a produção elétrica anual esperada atingirá cerca de 73.799 megawatts por hora, e a energia gerada será injetada na Rede Elétrica de Serviço Público.
A fase de construção dura 18 meses, enquanto a fase de exploração dura entre 25 e 30 anos. A fase de desativação dura seis meses.
“Durante a fase de construção, estima-se que o número de trabalhadores alocados para o projeto será de no máximo 120 pessoas.”
Durante a fase de operação, a central fotovoltaica flutuante “terá um sistema de controle que lhe permitirá operar automaticamente”.
Assim, “na fase de exploração, espera-se que três pessoas sejam alocadas permanentemente no projeto”.
A central, um projeto da empresa Voltalia, que venceu o leilão solar flutuante para Cabril, está prevista para o território dos municípios de Pedrógão Grande (distrito de Leiria), Pampilhosa da Serra (Coimbra) e Sertã (Castelo Branco).
Com as duas linhas aéreas associadas (uma de 3,44 quilômetros e outra de 21,21 quilômetros), o projeto também atinge os municípios de Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos (Leiria) e Penela (Coimbra).
Uma linha de 30 quilovolts (kV, uma medida de tensão elétrica) conectará as estações transformadoras da usina a uma subestação. A conexão com a subestação da rede elétrica nacional será feita com uma linha elétrica de 60 kV
.O governo anterior leiloou a exploração de 263 megawatts de energia solar em sete barragens no país, tendo em abril de 2022 adjudicado seis dos sete lotes, incluindo o lote Cabril, este à Voltalia.
Em seguida, a Voltalia explicou, em um comunicado à imprensa, que a capacidade instalada da usina “ficará entre 33 MW e 40 MW, dependendo da otimização final do projeto”.
“Com 33 hectares, a usina fornecerá energia verde para um volume equivalente ao consumo de 70,3 mil habitantes”, explicou a empresa, lembrando que a expectativa é que “o projeto seja comissionado até 2026”.
Quanto às receitas, “elas serão apoiadas por um contrato de 15 anos concedido pelo Ministério do Meio Ambiente e Ação Climática, prevendo um preço de 41.025 euros por megawatt-hora”, disse Voltalia na mesma época.
Pedidos de cancelamento
Na semana passada, as comunidades intermunicipais (CIM) da Região de Leiria, Região de Coimbra e Beira Baixa solicitaram o cancelamento
deste projeto.“O cancelamento do projeto deve ser determinado imediatamente, garantindo a proteção ambiental e a segurança das populações locais, com as devidas consequências legais para a empresa concessionária e os órgãos de decisão envolvidos”, disseram as três regiões.
Em março, essa posição já tinha sido assumida pela Região de Leiria, tendo sido entretanto endossada pela Região de Coimbra e Beira Baixa, com as três CIMs a defenderem que, “dados os impactos ambientais, socioeconómicos e legais identificados, é imperativo” que a Agência Portuguesa do Ambiente e outras entidades públicas “reconsiderem a decisão”.