Considerando significativa a admissão por parte dos responsáveis de que não existe "verba suficiente para financiar a construção da central de dessalinização da água do mar do Algarve", a PAS considerou "claro que o plano não pode ser executado por já não ser viável".
O PAS justificou esta consideração referindo que António Miguel Pina, presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve(AMAL), reconheceu que "o processo da futura dessalinizadora 'não cobre o custo total que foi proposto a concurso'", informação que, segundo a plataforma, foi "posteriormente confirmada pela Ministra do Ambiente", Maria da Graça Carvalho.
A PAS cita declarações de António Miguel Pina em que o presidente da AMAL admite que "desde o momento em que a infraestrutura foi projectada até ao momento em que o concurso foi lançado, houve um aumento de quase 50% nos custos", tornando insuficientes os cerca de 50 milhões de euros de financiamento garantidos através do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Se este acréscimo de cerca de 50 milhões de euros se refletir na fatura dos consumidores, haverá "um enorme aumento do valor a pagar pela água", refere ainda a PAS, considerando que, com esta posição, "parecia que as entidades tinham finalmente chegado a uma conclusão lógica de que este investimento não valia a pena" devido à "elevada" relação custo-benefício.
"Nesta situação, em particular, é visível a total falta de lógica na gestão dos dinheiros públicos. Qualquer plano de negócios exige um estudo de viabilidade económica. Se o plano foi aprovado com base num determinado custo e agora o custo duplicou, é evidente que o plano não pode ser implementado, uma vez que já não é viável", argumentou.
O PAS criticou ainda a "falta de lógica" da posição assumida por António Miguel Pina em relação à flexibilização das restrições de consumo aplicadas e revistas pelo atual Governo, ao mesmo tempo que afirma que esta medida é "equilibrada" e que a região precisa de uma central dessalinizadora para fazer face à seca que afecta o Algarve.
"Afinal, precisamos ou não precisamos de água? Ou só precisamos dela para justificar a construção da dessalinizadora?", questiona a plataforma, sublinhando que "a AMAL não pode ter dois pesos e duas medidas para o mesmo problema".
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