EDP investe em soluções de automação para impulsionar a transição energética

A EDP Inovação anunciou um projeto-piloto de automação denominado AutoPV, desenvolvido pela Comau - fornecedor global de tecnologia para soluções de automação industrial - no parque solar fotovoltaico de Peñaflor, em Valladolid, Espanha, dando um passo extremamente importante para a transição energética. Como refere António Coutinho, CEO da EDP Inovação, "Transição energética significa que pretendemos, em 30 anos, reequipar completamente a construção energética do mundo que levou mais de 200 anos a construir - não é uma transição energética, é uma revolução energética".

A sustentabilidade continua a ser a principal preocupação quando se trata de ser tão eficiente quanto possível em termos de custos, ao mesmo tempo que se tenta encontrar fontes de energia renováveis alternativas. Depois das metas europeias para 2030 em matéria de energias renováveis, que pedem para triplicar a quantidade de energia renovável produzida, a EDP, líder mundial no sector das energias renováveis, implementou a instalação do AutoPV como forma de tornar mais rápida a construção de painéis solares. Com este projeto-piloto, a EDP espera aumentar a eficiência da construção através do investimento em automação, o que irá acelerar o calendário do projeto e, espera-se, reduzir o tempo necessário para montar a estrutura do painel solar em até 50%. Até ao momento, foi possível instalar cerca de 120 painéis solares por dia no local, com o objetivo de duplicar esse número.

Segundo o CEO da EDP Inovação, a automatização não é apenas uma questão de eficácia e eficiência, mas também uma questão de segurança, pelo que é fundamental melhorar a construção mantendo a segurança dos operadores. "Não podemos multiplicar por três o número de pessoas que temos hoje para construir este tipo de parques, temos de fazer mais com as pessoas que temos e a única forma de o fazer é pôr as máquinas a trabalhar com as pessoas para construir com velocidade e escala", sublinhou. Para ter sucesso na implementação deste projeto, a EDP associou-se à Comau, que tem mais de 50 anos de experiência na área da automação.

A EDP está empenhada em liderar a transição energética - empenhada em investir no aumento do número de megawatts nos parques que estão a produzir energia verde, ao mesmo tempo que contribui para impulsionar a inovação. "Acreditamos que a tecnologia e a inovação desempenham um papel importante na transição energética - a inovação está, de facto, no centro da transição energética", afirmou António Coutinho. De um total de 122MW que compõem o parque solar de Peñaflor, espera-se que 3MB sejam construídos com a fábrica móvel Hyperflex.

A máquina Hyperflex é acessível porque é uma fábrica móvel temporária que pode ser utilizada em vários parques fotovoltaicos. Para além da sua mobilidade, a segurança continua a ser o fator mais importante, uma vez que é essencial dispor de uma máquina que possa operar em proximidade com as pessoas sem as pôr em perigo. Além disso, a cooperação entre humanos e robôs permite que as máquinas realizem tarefas de mão de obra intensiva, como a elevação de grandes tubos e painéis, libertando os operadores para a realização de trabalhos precisos. Como referiu Giovanni Di Stefano, "a logística necessária para instalar os painéis solares está toda concentrada num local de construção específico e não espalhada pelo parque solar". O robô inclui uma estação de montagem automática, onde a estrutura fotovoltaica é pré-montada, e um rover que transporta e posiciona a estrutura no local final no terreno.

O principal objetivo da inovação da EDP é aumentar o número de megawatts que podem ser feitos por pessoa - MB/pessoa/mês. O projeto-piloto começou a ser utilizado em meados de setembro e prevê-se que funcione até meados de novembro, altura em que poderão ser analisadas mais conclusões sobre as suas vantagens e melhorias. Prevê-se que o parque solar de Peñaflor comece a funcionar no final do primeiro semestre de 2025. De acordo com a equipa envolvida no projeto, o feedback dos operadores que trabalham com o robô tem sido positivo, uma vez que proporciona melhores condições, especialmente em dias de condições climatéricas extremas - ventos fortes e calor extremo, ambos comuns na região.

Uma vez que este tipo de automação ainda se encontra em fase experimental, não há, neste momento, qualquer previsão para a sua implementação nos parques solares fotovoltaicos portugueses. Com mais de 4 GW de capacidade solar instalada, a EDP produz atualmente 98% da sua energia a partir de fontes renováveis, incluindo a solar. A EDP é líder na transição energética global e estabeleceu objectivos elevados em matéria de sustentabilidade, como a eliminação progressiva da produção a carvão até 2025 e uma produção totalmente ecológica até 2030.

After studying Journalism for five years in the UK and Malta, Sara Durães moved back to Portugal to pursue her passion for writing and connecting with people. A ‘wanderluster’, Sara loves the beach, long walks, and sports. 

Sara J. Durães