O gigante português da energia, EDP, reafirmou o seu compromisso com os Estados Unidos como um mercado-chave, apesar de comentários contrários sobre as energias renováveis.
De acordo com a Essential Business, Miguel Stilwell de Andrade, CEO da EDP Renováveis (EDPR), deixou claro que os EUA continuam a ser um grande mercado para a empresa, independentemente das mudanças políticas.
Numa entrevista à CNBC, citada pela Essential Business, Stilwell de Andrade sublinhou que "[os Estados Unidos] precisam de todo o fornecimento [de energia] possível, salientando que, à medida que a maior economia do mundo pressiona para a liderança na inteligência artificial, a necessidade de energia para alimentar os centros de dados está a crescer.
"Continuamos a vê-los [os Estados Unidos] como um grande mercado, um grande mercado em crescimento", disse o CEO da EDP em entrevista à CNBC, cita a Essential Business.
"Os Estados Unidos precisam de toda a oferta [de energia] possível", seja ela renovável ou de gás, continuou, sublinhando que estas devem ser as principais fontes de energia que alimentam os centros de dados", disse.
"Acredito que os Estados Unidos querem a liderança na inteligência artificial e no digital", acrescentou o responsável energético português.
Para isso, precisam de centros de dados e para isso precisam de energia, e nós estamos cá para fornecer essa energia", concluiu Stilwell de Andrade.
Apesar de ter entrado no mercado norte-americano em 2007, a EDP já investiu 20 mil milhões de euros e a sua expansão tem continuado sob a administração Trump. Apesar da oposição de Trump às energias renováveis, tendo afirmado que as turbinas eólicas são "um desastre económico e ambiental", a EDP manteve-se ligada aos seus investimentos nos EUA.
Segundo o Essential Business, "as acções do grupo EDP registaram fortes quedas na bolsa de Lisboa esta terça-feira, com a 'casa-mãe EDP' a cair 1,76% para 3,069 euros e a EDP Renováveis (EDPR 2,11%) a cair 2,11% para 9,26 euros".
Citando que "os títulos da empresa foram castigados pela postura anti-renováveis de Donald Trump, que no seu discurso de tomada de posse como 47º presidente dos EUA, esta segunda-feira, reiterou que o futuro energético do país é "drill, baby, drill", ou seja, perfurar poços de petróleo".
Apesar disso, a EDP continua empenhada na sua estratégia de investimento, com um plano de 25 mil milhões de euros em energias renováveis até 2026, sendo os EUA responsáveis por cerca de 40% desse investimento.