Em comunicado, o Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS-FNAM) diz que o Ministério da Saúde é responsável por não conter a falta de médicos pediátricos na Unidade Local de Saúde (ULS) no Algarve, levando ao funcionamento limitado de emergências pediátricas e blocos de parto.
“A saúde das crianças da região está em perigo e há dias não há pediatras na sala de emergência, situação que piorará no final do ano”, alerta a SMZS-FNAM.
Por isso, o Sindicato exigiu a intervenção urgente da Ministra da Saúde, Ana Paula Martins, dada a falta de médicos pediátricos nos hospitais de Faro e Portimão, e uma reunião com o Conselho de Administração da ULS do Algarve, para a qual não obteve qualquer resposta.
“A limitação no número de pediatras disponíveis forçou a concentração das funções de emergência noturna em um único pediatra designado para o serviço de medicina intensiva pediátrica e neonatal — um serviço fundamental para casos mais graves —, sendo responsável por cinco postos de cuidados intensivos neonatais, 12 unidades de cuidados intermediários e três unidades de cuidados intensivos pediátricos”, alerta o sindicato.
De acordo com a nota, esse médico é cumulativamente responsável pelo atendimento contínuo na sala de parto, apoio aos recém-nascidos hospitalizados no período pós-parto e orientação sobre transporte pediátrico inter-hospitalar.
“Em situações extremas, esse único médico pode ter que escolher entre ajudar um recém-nascido que precisa de reanimação, receber um paciente crítico na sala de emergência ou tratar uma situação de doença complexa na enfermaria”, diz a nota.
De acordo com o sindicato, a situação vai piorar, pois as rotações pediátricas da ULS Algarve não têm pediatras disponíveis para esta noite e durante o dia e a noite nos dias 24 e 25 de dezembro.
“Essas falhas sem precedentes comprometem seriamente a segurança e a qualidade dos cuidados prestados às crianças no Algarve, com o Ministério da Saúde e sua inação em resolver a falta de médicos no SUS sendo responsáveis por essa situação”, destaca o sindicato, alertando também para o esgotamento e desgaste dos poucos pediatras restantes.
Por isso, o SMZS-FNAM diz ser essencial que o Ministério da Saúde e o Conselho de Administração da ULS Algarve “assumam responsabilidades de forma a garantir o direito à saúde das crianças na região” e “evitar o desaparecimento dos pediatras que permanecem devido à situação extrema em que foram colocados”.