Uma fonte da companhia aérea também informou que a prefeitura suspendeu a suspensão da Sevenair Maintenance, a divisão de serviços de manutenção de aeronaves do grupo, cuja atividade também havia sido suspensa.
“A suspensão dos serviços de manutenção foi levantada porque conseguiram encontrar um e-mail nosso, datado de 29 de janeiro, que avisava que, como o Estado não pagou a prestação que esperávamos, não conseguiríamos pagar [a Cascais Dinâmica, a empresa municipal que gere o aeródromo de Tires] a prestação que estava prevista para o dia seguinte”, disse, destacando que no momento a Sevenair pagou “tudo, exceto as faturas” que considera que não deve.
A Sevenair disse que pediu à Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), que regula o setor, um parecer sobre a disputa da dívida.
Em causa está um desacordo em relação a uma alegada dívida em taxas de tratamento no valor de 107 mil euros mais IVA (ou uma dívida de 132.471,95 euros, de acordo com a autoridade local) que a Câmara Municipal de Cascais, através da empresa municipal Cascais Dinâmica, gestora do Aeródromo Municipal de Cascais, está exigindo, mas que a empresa considera “não devida”.
Devido à falta de pagamento desta alegada dívida, um avião da companhia aérea de Trás-os-Montes/Algarve (que liga Bragança, Vila Real, Viseu, Cascais e Portimão), com origem em Bragança e com destino a Portimão, ficou retido desde segunda-feira no aeródromo de Tires, por decisão da Cascais Dinâmica, pelo que a rota aérea está interrompida desde então.
A Sevenair considerou que o que a prefeitura está apreendendo é o serviço público porque o avião é alugado e nem é de propriedade da transportadora.
Em comunicado, o Partido Socialista de Cascais alertou, no entanto, sobre “a situação de má gestão em que se encontra o Aeródromo Municipal de Cascais, em Tires, considerando que a retenção do avião “de uma companhia aérea que opera no âmbito do serviço público revela o nível de degradação” nas relações entre a estrutura municipal e os agentes económicos que a utilizam. Os socialistas de Cascais consideraram que “agora está claro” que “não estão reunidas condições para avançar” com o concurso para a gestão privada do aeródromo, anunciado recentemente pela autarquia local, e pediram uma “intervenção urgente do Governo para que todos os voos planejados no âmbito do serviço aéreo público sejam garantidos e que a normalidade seja restabelecida no aeródromo de Tires”. Na segunda-feira, numa breve declaração, sem acrescentar detalhes, o secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Espírito Santo, afirmou que estava acompanhando o desenvolvimento da disputa entre a Câmara Municipal de Cascais e a Sevenair, “não prevendo qualquer motivo para suspender a
ligação aérea regional”.A Lusa questionou hoje novamente a Câmara Municipal de Cascais sobre a evolução desta situação e, na segunda-feira, questionou a ANAC, ainda à espera de respostas tanto do município como do regulador.
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