O Sindicato dos Trabalhadores da
Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos (SINTAP) informou, no
dia 25 de agosto, em comunicado, que “a situação nestes serviços está
verdadeiramente descontrolada”.
É já no próximo dia 1 de setembro que entra
em vigor a nova lei que vem alterar o regime de concessão da cidadania aos
descendentes de judeus sefarditas, para passar a obrigar os candidatos ao
preenchimento de requisitos mais rigorosos para que possam vir adquirir
nacionalidade ao abrigo do novo Regulamento da Nacionalidade Portuguesa.
“Com o aproximar da data da alteração da Lei,
tem-se verificado a chegada de uma verdadeira avalanche de processos para dar
entrada na Conservatória dos Registos Centrais e do Arquivo Central do Porto,
maioritariamente via correio, calculando-se uma média diária de três mil
processos, facto que está a provocar um verdadeiro caos nos serviços”, referem.
“Os parcos recursos humanos pararam todo o
serviço pendente apenas para poderem dar carimbo de entrada dos processos que
chegam”, referem.
A denúncia de uma “situação insustentável”
nos serviços levou já o sindicato a pedir uma reunião urgente ao secretário de
Estado da Justiça, Pedro Tavares, para que se tente encontrar uma solução.
Note-se que a investigação no âmbito do
processo de Roman Abramovich levou à realização de
buscas com indícios de vários crimes, designadamente tráfico de influências,
corrupção ativa, falsificação de documento, branqueamento de capitais, fraude
fiscal qualificada e associação criminosa.
Desde 2015, já deram entrada mais de 137.000
pedidos de nacionalidade de judeus sefardistas, que foram expulsos de Portugal
por decreto régio há mais de 500 anos. Destes, mais de 50,000 conseguiram
adquirir nacionalidade portuguesa.