"A distribuição da poupança em Portugal é bastante desigual". Esta é a conclusão a que chega o Banco de Portugal(BdP) ao analisar a distribuição da poupança das famílias pelos seus rendimentos, destacando que mais de 55% da poupança está concentrada em apenas 20% das famílias mais ricas.
Ao analisar a poupança por níveis de rendimento, o BdP conclui que existe uma "elevada desigualdade na distribuição da poupança". Isto porque "os 20% das famílias com maior rendimento geram 55% da poupança. Por sua vez, no decil de rendimento mais baixo, as despesas são superiores aos rendimentos", o que significa que não há margem para poupar, lê-se no Boletim Económico de dezembro.
E quando se analisa a distribuição do rendimento e dos grupos etários, "verifica-se que a taxa de poupança aumenta com o rendimento em todos os grupos etários", destaca o BdP. Além disso, "comparando as taxas de poupança em cada decil de rendimento, observa-se que as taxas de poupança mais elevadas se encontram nos grupos etários mais altos [entre 45-64 anos e mais de 64 anos]", conclui.
Ao analisar os diferentes níveis de poupança, o regulador liderado por Mário Centeno conclui ainda que "as famílias dos dois decis mais elevados da distribuição da poupança são responsáveis por cerca de dois terços da poupança". Por outro lado, os dois primeiros escalões apresentam uma poupança média negativa "que corresponde, por exemplo, a situações de financiamento de despesas com recurso ao crédito ou ao património acumulado".