"Precisamos efetivamente de mais capacidade, mais capacidade empresarial, mais capacidade de mão de obra. O investimento é tão grande que, não me importo de confessar aqui, estamos a ter dificuldade, com a nossa capacidade no sector da construção civil, em poder aceder e atender a tantas solicitações", disse o Primeiro-Ministro.
Nesta intervenção, Luís Montenegro considerou que os resultados económicos de Portugal só são possíveis graças ao "esforço de muitos estrangeiros, liderados por brasileiros" - que representam mais de metade dos imigrantes do país - "a trabalhar em Portugal, e também muito investimento empresarial brasileiro".
"Mas não devemos olhar para isto de uma forma contemplativa. Acho que isto ainda não é suficiente. Acho que ainda podemos fazer muito mais. Acho que ainda temos capacidade para acolher mais pessoas, mais talentos e, sobretudo, mais empresas e mais investimento", acrescentou.
Perante uma plateia de empresários, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo(FIESP), Luís Montenegro descreveu Portugal como "um país de oportunidades", com um governo com uma "vontade férrea" de investir e que tem em curso "um dos maiores programas de investimento público de que há memória", com apoio de fundos europeus do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Segundo o primeiro-ministro, esta é uma mudança depois de "um período, nos últimos anos, de suspensão de muitos dos investimentos que estavam previstos", e "o que não foi feito até agora tem de ser feito agora".
Como exemplos de investimentos em curso, apontou: "Estamos já em processo de construção de um novo aeroporto de Lisboa, uma infraestrutura crucial para a economia, nas suas mais diversas áreas de atividade. Também já estamos a construir um projeto ferroviário de alta velocidade para o transporte de passageiros e mercadorias. Estamos neste momento a valorizar os nossos portos e, portanto, todo o ecossistema portuário."
À semelhança do que já tinha feito o vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, Luís Montenegro convidou "as empresas brasileiras a olharem para esta oportunidade de investimento em infra-estruturas em Portugal".
Nesta altura, destacou o investimento em habitação: "Um investimento que não tem paralelo nos últimos 50 anos de existência do país, só houve um programa que se aproximou. E para o qual precisamos efetivamente de mais capacidade, mais capacidade empresarial, mais capacidade de mão de obra".
"Precisamos efetivamente de mais empresas, de mais mão de obra, e ainda por cima temos um calendário que não podemos ultrapassar para que nos próximos anos possamos construir, neste caso concreto, só no perímetro do Estado, 59 mil novas habitações, num investimento que ascende a mais de 4 mil milhões de euros", reforçou.