A partir de março, restrições ao consumo de água serão aplicadas na região para preservar ao máximo as reservas, que estão em níveis abaixo da média e só durariam até o verão se nada fosse feito, com o setor urbano, incluindo municípios e turismo, tendo que reduzir o consumo em 15% e a agricultura em 25%.
A autarca de Tavira, Ana Paula Martins, explicou à Lusa que a Tavira Verde, a empresa municipal responsável pelo abastecimento público no município, começou em 30 de janeiro a avaliar o impacto da redução da pressão nas torneiras entre as 00:00 e as 06:00, em várias zonas da cidade, para perceber o contributo da medida para a redução de 15%.
“Estamos experimentando, de forma faseada, essas reduções, que vão da meia-noite às 6h, e o que queremos saber é exatamente quanto podemos economizar se tivermos essa medida e se pudermos estender o horário”, afirmou o prefeito.
Ana Paula Martins disse que o município aguarda uma resolução do Conselho de Ministros que regulará as restrições a serem aplicadas no Algarve, e que poderá ser conhecida na quinta-feira, para entender quais medidas ainda pode adotar para alcançar a redução de 15% no consumo, porque, reconheceu, “pode não ser suficiente” reduzir a pressão.
“Estamos aguardando a resolução do Conselho de Ministros para nos dar algum conforto, também temos que estudar algumas questões em termos de legislação para entender se podemos aplicar cortes superiores a 15% para quem tem dois metros, que normalmente são os medidores de piscina e para jardins”.
Questionado sobre se a redução do consumo de segundos metros seria total, o autarca de Tavira respondeu que “teria de ser superior a 50%” e poderia “quase rondar os 70%”.
“Em termos de aumento da tarifa, por enquanto, não aceitaríamos a recomendação da ERSAR [Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos], porque achamos que ainda não faz sentido”, disse, salientando que a proposta de aumento de preços feita pela entidade que regula o setor “não é vinculativa” se a resolução do Conselho de Ministros não especificar nada sobre esse assunto.
“Mas, por enquanto, o município e o parceiro privado pretendem focar em outras questões, como envolver as pessoas e fazer com que elas realmente economizem. Acho que as pessoas são mais sensíveis a isso do que aos aumentos”, explicou.
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