O aumento do salário mínimo ajudou a expulsar do mercado as chamadas empresas “zumbis”, empresas que são economicamente inviáveis, diz Fernando Alexandre. Para o professor da Universidade do Minho, o fato de essas empresas persistirem por muito tempo até falir é um problema, pois tiram o mercado de

outras empresas.

“Muitas empresas ineficientes persistem no mercado por muito tempo.

Isso é um problema porque estão a tirar o mercado, muitos com concorrência desleal, porque não estão a cumprir as suas obrigações”, explica Fernando Alexandre, professor da Universidade do Minho, num debate numa conferência organizada pela CIP, no Porto e relatada pelo ECO.

De acordo com Fernando Alexandre, “Um dos efeitos positivos do aumento do salário mínimo foi acelerar a saída dessas empresas zumbis inviáveis”. Num evento de e para empresários, o académico disse que “as empresas que transformarão verdadeiramente a economia portuguesa ainda não existem”, defendendo que é necessário criar o ambiente económico que dê origem a novas empresas e permita que elas cresçam

”.

Pedro Siza Vieira, sócio da PLMJ e ex-ministro da Economia, contrariou a ideia de que a economia estava estagnada nos últimos anos. “Nossa economia estava tudo menos paralisada. Tivemos muitos choques. A economia é muito diferente do que era no início do século.”

Ainda assim, reconhece que, em relação à questão dos salários, “não é possível aumentar os salários sem aumentar a produtividade e não é possível pagar salários europeus a preços do terceiro mundo”. Portanto, é necessário produzir produtos com preços mais altos, mas “cobrar mais pelo que você faz implica ter uma maior capacidade de diferenciação no mercado”.