Um novo estudo sugere que exercícios nos finais de semana podem ser tão bons para você quanto se exercitar durante a semana, quando se trata de diminuir o declínio mental.

O estudo examinou dois conjuntos de dados do Estudo Prospectivo da Cidade do México e descobriu que o risco de “demência leve” foi reduzido em uma média de 15% nos “guerreiros de fim de semana” que se exercitavam uma ou duas vezes por semana e em 10% nos “regularmente ativos” que se exercitavam com mais frequência.

No entanto, depois de considerar fatores que podem influenciar os resultados, como idade, tabagismo, duração do sono, dieta e ingestão de álcool, os pesquisadores sugeriram que os dois padrões de exercícios tiveram efeitos semelhantes.

Mas como os exercícios afetam nosso cérebro? E que tipo de atividade física devemos fazer para estimular nossas mentes?

Como os exercícios afetam nosso cérebro?

O exercício regular tem uma série de benefícios para nossa memória e habilidades cognitivas.

“Imediatamente após o exercício, há um aumento no sangue oxigenado e a glicose é mobilizada”, explica Rachael Mackenzie, fisioterapeuta neurológica e diretora da Workathlete. “Os neurotransmissores liberados após o exercício também estão diretamente ativos nas regiões do cérebro responsáveis pela memória e pelo aprendizado.”

A atividade física também pode influenciar o volume do nosso hipocampo, uma pequena estrutura que nos ajuda com a memória e a obter consciência do ambiente.

“Com o tempo, vemos que crianças e adultos que se exercitam têm mais volume no hipocampo e uma maior conexão entre as regiões do cérebro envolvidas no pensamento, planejamento e resolução de problemas”, diz Mackenzie.

O exercício também estimula a produção do fator neurotrófico derivado do cérebro, que Mackenzie descreve como um “crescimento milagroso para o cérebro”.

“Esse fator de crescimento ajuda a manter as células cerebrais, estimula a conexão entre as células cerebrais e ajuda o cérebro a manter a plasticidade”, explica Mackenzie. “Efetivamente, ele cria novas conexões, permitindo que novos aprendizados aconteçam ao longo da vida.”

Enquanto isso, exercícios regulares também podem ajudar a prevenir ou retardar o início da demência.

“Pessoas que se exercitam têm menos probabilidade de desenvolver demência”, diz Mackenzie. “Isso se deve em parte ao risco reduzido de desenvolver os fatores de risco metabólicos da demência (como diabetes ou doenças cardiovasculares), mas também à forma como o exercício protege as células cerebrais e à conexão entre as células cerebrais por meio da atividade do fator neurotrófico derivado do cérebro e de outros fatores neurotróficos.”

Os exercícios podem ajudar a melhorar nossa saúde mental?

“O exercício tem um efeito direto na redução das taxas de depressão em toda a população”, destaca Mackenzie. “O exercício reduz a quantidade de hormônios do estresse circulantes e aumenta a quantidade de dopamina, o hormônio da felicidade, no cérebro”.

O exercício aeróbico, em particular, pode ajudar as pessoas a lidar melhor com o estresse.

“O exercício aeróbico que envolve uma alternância entre alta intensidade e moderada a baixa intensidade ajuda a treinar o sistema de resposta ao estresse para se mover entre o modo de luta e fuga (atividade simpática) e o modo de descanso/recuperação (atividade parassimpática)”, explica Mackenzie. “Isso ajuda a treinar o sistema de resposta ao estresse para se recuperar. Então, quando eventos estressantes acontecem durante o dia, a pessoa não permanece no modo de estresse e seu sistema nervoso

está condicionado a se recuperar.

Que tipos de exercícios são particularmente estimulantes para o cérebro?

Se você está procurando uma atividade para estimular o cérebro e o corpo, não procure mais, pois Jade Imani, personal trainer qualificada da Insure4Sport, compilou uma lista de recomendações para as seguintes faixas etárias:

De 20 a 30 anos

Treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT)

“Os exercícios HIIT melhoram a saúde cardiovascular, o que é benéfico para a memória e a clareza mental”, explica Imani. “A intensidade variável do HIIT também mantém o cérebro envolvido.”

Esportes coletivos

“Basquete, futebol e esportes similares exigem estratégia, raciocínio rápido e interação social, todos benéficos para a saúde cognitiva”, destaca Imani.

Mackenzie acrescenta: “Os esportes em equipe e com raquetes envolvem pequenos exercícios de alta intensidade, como perseguir a bola, seguidos por períodos de menor intensidade.

“E o bônus é que elas são feitas com outras pessoas, em uma comunidade”, então adicionamos o efeito positivo da conexão social, que reduz o risco de desenvolver problemas de saúde mental e demência.

De 30 a 40 anos

Corrida ou caminhada rápida

“Corridas longas e de intensidade moderada ou caminhadas rápidas ajudam a manter a saúde cardiovascular, apoiando a função cerebral”, explica Imani.

Yoga e pilates

“Essas atividades aumentam a consciência mente-corpo e reduzem o estresse, o que pode proteger contra o declínio cognitivo”, observa Imani. “Posturas mais desafiadoras também melhoram o foco.”

De 50 a 60 anos

Treinamento de força

“O levantamento regular de peso apoia a saúde cognitiva, aumentando o fluxo sanguíneo para o cérebro e apoiando o fator neurotrófico derivado do cérebro, crucial para a neuroplasticidade”, afirma Imani.

Tai Chi

“Essa prática envolve movimentos lentos e controlados, que melhoram o equilíbrio e o foco, ajudando na memória e na atenção”, diz Imani.