No documento, os socialistas pedem a adoção “das medidas necessárias para que os medicamentos atualmente utilizados no combate à obesidade, e devidamente autorizados pelo Infarmed, sejam subsidiados pelo SNS, criando um subgrupo farmacológico para o tratamento da obesidade e prevendo a sua máxima subsidiação”.

Também recomendam a “definição de um modelo de cuidados integrados para a prevenção e tratamento da obesidade”, bem como “a atualização, pela Direção-Geral da Saúde (DGS), da norma sobre o tratamento da obesidade, incluindo novos medicamentos e o papel dos médicos de medicina geral e familiar no tratamento da obesidade e na monitorização de novos dados sobre esta matéria”.

O projeto de resolução do PS está a ser apresentado no âmbito do Dia Mundial da Obesidade, que foi comemorado na terça-feira e que visa “sensibilizar a sociedade” sobre a doença e “promover a mobilização para o desenvolvimento de políticas de combate à mesma”.

“A obesidade é uma doença complexa e crônica e uma das principais causas de outras doenças, como diabetes, doenças cardíacas e câncer. Combater a obesidade significa ter em conta o conjunto de problemas e assegurar soluções reais que funcionem para todos”, destaca o Grupo Parlamentar do PS

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Os deputados do PS, que citam dois estudos da revista “The Lancet”, lembram que Portugal poderia ter “mais de seis milhões de pessoas com sobrepeso ou obesidade em 2050”.

“Esta doença constitui um problema de saúde pública, tanto em Portugal como no mundo, e representa um fator de risco para o desenvolvimento e agravamento de outras doenças crónicas”, acrescentam.

Na segunda-feira, a Sociedade Portuguesa de Gastroenterologia (SPG) pediu o co-pagamento de medicamentos como o Ozempic para tratar a obesidade e lamentou que pacientes com sobrepeso sejam criticados quando pedem esse medicamento.

“É essencial que esses medicamentos sejam reembolsados para o tratamento da obesidade, com claras vantagens para a saúde dos indivíduos e para a sociedade a longo prazo”, apelou o SPG.

A sociedade médica se referiu aos “agonistas do GLP1 e do GIP, [que incluem o injetável Ozempic] inicialmente disponíveis apenas para diabéticos, mas agora indicados para o tratamento da obesidade mesmo sem o diagnóstico de diabetes”.

A obesidade foi reconhecida em Portugal como uma doença crônica em 2004, mas, de acordo com o SPG, esses pacientes não recebem estratégias de tratamento integradas, com os medicamentos mais recentes disponíveis.