"Fiquei estupefacto ao ver nos últimos dias falar que era preciso construir mais para a classe média. Mas para que classe, para que portugueses e portuguesas, estamos a construir hoje?", questionou Miguel Pinto Luz, durante as sessões parlamentares conjuntas do PSD e do CDS-PP.

Estas declarações do ministro surgem depois de, na passada sexta-feira, o líder parlamentar do PS ter rejeitado um Orçamento do Estado com as alterações ao IRS Jovem e ao IRC propostas pelo Governo ou qualquer modelação destas medidas, propondo, em vez disso, que a margem orçamental atribuída ao IRS Jovem seja aplicada no investimento público em habitação para a classe média, no aumento extraordinário das pensões e num regime de exclusividade para os médicos do Serviço Nacional de Saúde(SNS).

"Estamos a garantir que as famílias com rendimentos até 54 mil euros por ano sejam incluídas nesta política de habitação. Estamos já a alargar o espetro daqueles que temos de ajudar", acrescentou o ministro.

Miguel Pinto Luz afirmou que o Governo está consciente "de que é necessário ajudar no arrendamento apoiado, mas também os jovens que não têm casa, os jovens que não têm alojamento universitário, os jovens casais que querem ter filhos mas não têm condições".

"É para todos eles, a política de habitação sem dogmas, sem preconceitos, sem perseguições, sem qualquer tipo de maniqueísmo, estamos a trabalhar para todos os portugueses, para todos os que precisam de casa e nós sabemos o que é preciso fazer, deixem-nos governar. Se nos deixarem governar, certamente construiremos um Portugal muito melhor", insistiu, um apelo já feito recentemente pelo Ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte.