Qual é a nova proposta de Lei de Terras?
O Governo tinha esperança de resolver a crise habitacional do país, o que o levou a publicar um decreto em 30 de dezembro de 2024, revendo o Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial (conhecido como a Lei de Terras). O decreto determina que a construção só é permitida em solo urbano, mas introduz medidas mais flexíveis para casos "excepcionais", em que o solo rural pode ser reclassificado como solo urbano, como acontece com o exemplo das zonas agrícolas protegidas. Portugal Decoded cita que "O decreto especifica que a construção em terrenos reclassificados deve servir as necessidades das famílias de baixos e médios rendimentos, com um limite de preço fixado em 125% do preço mediano por metro quadrado do município ou 225% da mediana nacional.
"Créditos: Imagem fornecida;Acrescentando ainda que "os municípios passam a ter autoridade exclusiva para aprovar as reclassificações, eliminando a necessidade de envolvimento de outras organizações como as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional ou a Agência Portuguesa do Ambiente
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Envolvimento do Parlamento Europeu
O Presidente da República manifestou preocupações em relação à Lei de Terras, partilhando que esta poderia distorcer as regras de uso do solo. Apesar disso, aprovou o decreto e a sua entrada em vigor estava prevista para 30 de janeiro de 2025. No entanto, o Bloco de Esquerda, o Livre, o PAN e o PCP forçaram um debate parlamentar sobre o decreto a ter lugar hoje (24 de janeiro). Para confirmar o decreto no Parlamento, o Governo vai precisar do apoio dos seus dois potenciais aliados: o PS e o Chega.
O PORTUGAL DECODED afirma que "o PS manifestou a sua disponibilidade para apoiar uma revisão da lei da terra, mas apenas sob condições mais rigorosas. Exigem que os preços das casas se mantenham abaixo da mediana nacional, em vez de 25% acima, como atualmente proposto, e que as áreas urbanizadas permaneçam contíguas para evitar o desenvolvimento disperso. Parece provável que o decreto seja hoje chumbado no Parlamento. Se assim for, o Governo poderá iniciar negociações com o PS para elaborar uma nova versão da lei de solos que, de uma forma ou de outra, flexibilize as restrições à construção.
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Críticas à Lei de Terras
De acordo com o PORTUGAL DECODED, os críticos argumentam que o limite de preço do decreto de até €3.737/m² está muito acima da mediana nacional de €1.661/m², o que pode potencialmente fazer subir os preços em vez de os baixar. Salientam também que em cidades como Lisboa e Porto, onde a crise da habitação é mais grave, há poucos ou nenhuns terrenos rurais para reclassificar, o que torna a medida ineficaz nessas zonas.
As preocupações ambientais incluem riscos para a biodiversidade, as paisagens e os terrenos agrícolas, bem como salvaguardas insuficientes para as zonas inundáveis ou as zonas propensas à erosão. Por último, alguns opositores questionam a urgência da questão, observando que pode ser demasiado tarde para aceder aos fundos da UE e argumentam que a crise da habitação tem origem em terrenos urbanos subutilizados
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Os que são a favor da Lei do Solo
O Ministro-Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, defendeu esta semana o decreto-lei, classificando a medida como "absolutamente anti-especulativa" e argumentando que vai ajudar a "baixar os preços da habitação", escreve o PORTUGAL DECODED.
Além disso, argumentou que a limitação do solo urbano tem alimentado a especulação e que o aumento das áreas urbanas vai permitir "políticas de habitação sustentáveis e alinhadas com as necessidades da população". Em resposta às preocupações sobre o desenvolvimento do solo rural, Almeida insistiu que as expansões se alinharão com as áreas urbanas existentes e rejeitou os receios de formação de novos centros urbanos nas regiões rurais. Quanto a potenciais riscos de corrupção, sublinhou que as decisões municipais serão "transparentes e abertas ao escrutínio total" e ao debate nas assembleias municipais.
Infografia e texto trazidos até si por PORTUGAL DECODED https://portugaldecoded.substack.com/
Following undertaking her university degree in English with American Literature in the UK, Cristina da Costa Brookes moved back to Portugal to pursue a career in Journalism, where she has worked at The Portugal News for 3 years. Cristina’s passion lies with Arts & Culture as well as sharing all important community-related news.