O diretor comercial, Nelson Ribeiro, garante ao ECO, no entanto, que esta novidade não implicou uma redução de postos de trabalho - foram criados 70 empregos com esta nova loja - e explica que a tecnologia permitiu mesmo reafectar trabalhadores a outras "tarefas essenciais".
"A introdução da tecnologia self-checkout não levou a uma redução do nosso pessoal. Os nossos colegas continuam a ser essenciais para ajudar os clientes e garantir uma experiência de self-checkout sem problemas. Esta tecnologia permite-nos realocar o tempo dos colegas para outras tarefas essenciais dentro da loja", destaca o diretor de vendas da Primark Portugal, numa reportagem do ECO.
Nelson Ribeiro acrescenta que nas outras dez lojas que a Primark tem em Portugal, a tecnologia não levou à redução de postos de trabalho. Antes pelo contrário, libertou a equipa, permitindo que esta se dedique à experiência do cliente em loja. "A nossa equipa continua a ser crucial para o sucesso das nossas lojas", destaca o gerente.
Vários estudos têm demonstrado que a tecnologia não vai eliminar o emprego humano, mas vai criar novas funções, alertando para o facto de ser necessário requalificar os trabalhadores. Questionado sobre estas necessidades de formação, o responsável de vendas da Primark Portugal garante ao ECO que foram disponibilizados vários programas de formação interna, "adaptados a todos os níveis da equipa, que incluem formação personalizada para os colaboradores do retalho e coaching para funções de liderança".
"Todos os anos, avaliamos as necessidades de desenvolvimento das nossas equipas e oferecemos oportunidades de formação relevantes", destaca Nelson Ribeiro. E detalha que, na preparação para a abertura da nova loja no Montijo, por exemplo, foram ministradas mais de 2.300 horas de formação.
Mais lojas
Em junho, com dez lojas em Portugal, a Primark anunciou um plano de expansão no mercado nacional. Em causa está um investimento de 40 milhões de euros para a abertura de quatro novas lojas e a criação de 500 novos postos de trabalho.
A abertura da nova loja do Montijo deu início a este plano, estando agora prevista a abertura de estabelecimentos em Guimarães, Viseu e Covilhã.
Assim, a Primark vai voltar a recrutar, com o objetivo de atingir um total de 2.200 trabalhadores em Portugal (neste momento, tem cerca de 1.700). "Estaremos a recrutar ativamente para posições em vários perfis para responder às necessidades das nossas novas lojas", afirma Nelson Ribeiro.
O executivo afirma que a Primark procura "atrair talento diverso para todas as funções que oferecemos" e "candidatos que partilhem os valores e sejam fãs da marca". "Para nós, não importa se é o primeiro emprego, se está a regressar ao mercado de trabalho depois de alguns anos, ou se já tem experiência", salienta Nelson Ribeiro. O responsável de vendas diz ainda que a Primark avalia as competências e a experiência dos candidatos, mas também a capacidade de trabalhar em equipa e a orientação para o cliente.
Questionado sobre os salários que são oferecidos aos trabalhadores e como se comparam com os valores de referência nacionais, o responsável sublinha que são "consistentemente superiores ao salário mínimo nacional" (atualmente em 820 euros brutos) e que os pacotes de compensação são revistos regularmente para garantir que são "justos e reflectem as condições económicas actuais".
"Embora os salários possam variar consoante a função e a localização, certificamo-nos de que os nossos funcionários são compensados de forma justa, especialmente tendo em conta a inflação e as pressões do custo de vida".
Atualmente, a Primark Portugal tem muitos trabalhadores jovens "ansiosos por crescer", e alguns estão a ter a sua primeira experiência no mercado de trabalho. Mas também tem trabalhadores mais experientes, que "procuram progredir nas suas carreiras num ambiente vibrante", informa o mesmo responsável.