Os valores fazem parte da última análise global das emissões de gases com efeito de estufa (GEE) elaborada pela Climate Trace, uma organização fundada pelo antigo vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore, que os divulgou em Baku, no Azerbaijão, no âmbito da cimeira da ONU sobre o clima, COP19.

No ano passado, ocupava a posição 72, tendo oscilado esta década entre os lugares 71 e 72.

As emissões de gases com efeito de estufa no mundo ultrapassam os 61 mil milhões de toneladas métricas, com a China em primeiro lugar, mas muito à frente, com 17 mil milhões, seguida dos Estados Unidos, com mais de seis mil milhões, e depois da Índia, com quase quatro mil milhões.

Portugal

Nas contas da organização, os 86 milhões de toneladas de Portugal (as contas nacionais indicam menos) colocam o país em melhor posição do que a Suécia ou a Grécia, mas pior classificado do que, por exemplo, a Hungria, a Dinamarca, a Suíça ou a Islândia, que tem apenas nove milhões de toneladas.

Por distritos, os que mais emitiram GEE este ano são Lisboa e Porto, quase 12 milhões de toneladas na capital e nove no Porto, com os restantes a variarem significativamente entre seis e dois, como é o caso de Beja. Setúbal destaca-se, com 9,7 milhões de toneladas de CO2, sobretudo devido à refinaria de Sines.

No mapa de Portugal Continental, as principais zonas de emissão estão todas próximas do mar, mas há duas que se destacam, a refinaria da Galp, em Sines, e o aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.

De acordo com os dados, o aeroporto da Portela emitiu 3,35 milhões de toneladas de CO2 no ano passado e este ano já está nos 3,48 milhões de toneladas.

O aeroporto internacional é a estrutura mais poluente do país e as emissões continuam a aumentar. De acordo com a página 1,45 milhões de toneladas em 2021, 2,86 milhões em 2022 (altura em que ultrapassou a Galp) e 3,35 no ano passado e 3,48 este ano.

Pelo contrário, a refinaria da Galp em Sines registou um declínio nos últimos dois anos. Em 2021 emitiu 2,25 milhões de toneladas, no ano seguinte subiu para 2,40 e em 2023 e 2024 apenas atingiu 2,19.

O Porto de Sines surge em terceiro lugar como o sector que mais emite CO2, 1,19 milhões de toneladas este ano e em tendência de subida desde 2021.

Em quarto lugar, com 964 mil toneladas de CO2, surge a Carnes Landeiro, em Barcelos, e depois com 947 mil a Central Termoeléctrica do Ribatejo, no Carregado. A fábrica de cimento da Cimpor, em Souselas, perto de Coimbra, com quase 893 mil toneladas este ano, está em sexto lugar.

Em termos globais, os dados concluem que as cidades da Ásia e dos Estados Unidos são as que mais emitem GEE.

Recorrendo a observações terrestres e por satélite, complementadas por inteligência artificial "para preencher as lacunas", a organização Climate Trace procurou quantificar o dióxido de carbono, o metano e o óxido nitroso, que retêm o calor, bem como outros poluentes atmosféricos tradicionais em todo o mundo. mundo.

A poluição total por dióxido de carbono e metano aumentou 0,7% para 61,2 mil milhões de toneladas métricas, tendo o metano aumentado 0,2%.

"Os números são mais elevados do que os de outros conjuntos de dados porque temos uma cobertura abrangente e vemos mais emissões em mais sectores", afirmou Gavin McCormick, cofundador da Climate Trace.