No âmbito da atualização do mapa estratégico de ruído de Lisboa, tendo 2022 como ano de referência, verificou-se que o conjunto das vias da cidade afeta 74.118 pessoas residentes no concelho, que se encontram expostas a níveis de ruído ambiente superiores a 65 decibéis, associados ao incómodo global - dB(A) -, consoante o indicador de ruído para o dia, entardecer e noite (Lden), ou seja, para o período de 24 horas do dia.
Estas 74.118 pessoas representam cerca de 13,6% da população residente em Lisboa, num total de 545.761 habitantes, de acordo com os Censos 2021.
Com base no regulamento do Plano Diretor Municipal de Lisboa em vigor, todo o território municipal é classificado como zona mista, "não devendo a população estar exposta a níveis de ruído ambiente exterior superiores aos definidos no Regulamento Geral do Ruído, em 65 dB (A) e 55 dB(A) respetivamente para os indicadores Lden e Ln [indicador de ruído para o período noturno, das 23:00 às 07:00]".
Os documentos relativos à atualização do mapa estratégico de ruído de Lisboa foram aprovados pela Câmara Municipal na quarta-feira, em reunião privada, na sequência de uma proposta da direção do PSD/CDS-PP, para serem submetidos à Assembleia Municipal.
De acordo com o mapa estratégico de ruído, com dados de 2022, "o tráfego rodoviário na cidade de Lisboa continua a ser a principal causa de ruído ambiente exterior, tanto no período diurno-entardecer-noite [Lden] como no período noturno [Ln]".
O documento refere que a distribuição dos níveis de ruído ambiente em Lisboa está diretamente relacionada com as principais vias de circulação rodoviária.
No caso do ruído rodoviário, "a influência das GIT [grandes infra-estruturas de transporte] na população residente exposta a níveis de ruído ambiente superiores a 65 dB(a) é muito menor", de acordo com o indicador Lden, que apurou 8.291 pessoas afectadas. (1,5% da população residente), quando comparada com a população afetada por todas as vias rodoviárias, num total de 74.118 pessoas (13,6%).
Outras fontes de ruído incluídas no documento são as infra-estruturas de transporte ferroviário, com dados de 2007 sobre as linhas do Norte (de Santa Apolónia e Alcântara-Terra), Sintra (do Rossio e Gare do Oriente), Cintura (de Roma-Areeiro) e Cascais (do Cais do Sodré); Aeroporto Humberto Delgado, com dados de 2021; rede de eléctricos da Carris e zonas de animação nocturna da cidade, nomeadamente na Doca de Santo Amaro, Bairro Alto, Santos, Cais do Sodré e Bica, com dados de 2022.