A polémica em torno da 'licença de corrida', anunciada na semana passada pela Federação Portuguesa de Atletismo (FPA), tem causado descontentamento em Portugal e levou mesmo à criação de uma petição para anular a medida, segundo noticia o Sapo que cita o Expresso.

"Promover uma prática mais segura, regulada e sustentável do desporto". É desta forma que a Federação Portuguesa de Atletismo (FPA) defende a criação do projeto "Sócio por um dia", que consiste em atletas não federados com mais de 18 anos pagarem uma taxa de licença para terem acesso a provas de corrida organizadas.

A medida estabelece que, para participar em eventos com uma taxa de inscrição superior a cinco euros, o atleta deve apresentar uma licença. O preço da licença varia, consoante o método de pagamento escolhido:

Licença anual, que custa 31 euros e é válida para toda a época;

Licença de três euros, que o atleta terá de pagar individualmente sempre que quiser participar numa prova.

A medida abrange todas as provas de corrida organizadas e reconhecidas pela FPA, como as Meias Maratonas de Lisboa e do Porto. A Federação afirma que a taxa de licença cobre o custo do seguro desportivo, que deve ser pago por cada prova. No entanto, não é garantido que o pagamento da quota anual implique uma redução do preço de inscrição nas provas. A Federação afirma que as organizações "que assim o desejarem" podem optar por "reduzir a taxa de inscrição" mediante a apresentação da licença.

A polémica decisão da FPA já levou à criação de uma petição, com mais de dez mil assinaturas , que apela à "revogação da obrigatoriedade da licença para as provas de atletismo". A petição alega que "o carácter obrigatório da referida licença representa um encargo financeiro que poderá afastar os atletas [amadores] das competições".

Terá de pagar para correr?

Não necessariamente. A licença não se aplica a qualquer tipo de prática individual de corrida. É falso dizer que terá de pagar para correr. Quem quiser correr sozinho ou acompanhado, sem fazer parte de uma corrida organizada, continua a não ter de pagar nada para o fazer. As corridas gratuitas ou de valor inferior a cinco euros também não necessitam de licença.

O Expresso contactou a Federação Portuguesa de Atletismo para obter esclarecimentos sobre a data de início da medida, os preços das licenças e o impacto que a decisão poderá ter no número de participantes, mas à data de publicação deste artigo ainda não tinha obtido resposta.