Balanço de 2024
De uma forma geral, os agentes imobiliários confirmam que 2024 foi um ano de subidas. Alfredo Valente, CEO da iad Portugal, disse ao idealista que "No primeiro semestre do ano, ainda sob a influência da inflação e das altas taxas de juro, o mercado apresentou uma retração, e a agência acompanhou essa tendência, registando um decréscimo de 2 por cento no volume de transações e no volume de negócios". No entanto, no segundo semestre de 2024, a tendência foi diferente, tendo-se registado um aumento de 32 por cento nas transacções e um "aumento de 29 por cento no volume de negócios".
Rui Torgal, CEO da ERA Portugal, afirma que 2024 foi o melhor ano para o mercado imobiliário em Portugal. Houve um aumento de 12 por cento nos negócios fechados em relação a 2023 e o volume de negócios cresceu 22 por cento. O mesmo crescimento é referido por Marco Tairum, CEO da KW Portugal à idealista/news, que revelou que "mais de 72 por cento das comissões cobradas aos clientes foram entregues aos consultores, tendo o seu negócio crescido mais de 35 por cento face ao ano passado".
Nas palavras do seu presidente, Manuel Alvarez, a Remax Portugal afirma que "2024 foi um ano de recordes históricos", opinião corroborada por Luís Nunes, diretor-geral da ComprarCasa, que revela que, apesar dos desafios inerentes ao ano, 2024 acabou por ser "extraordinário".
De uma forma geral, todas as agências viram o seu volume de negócios aumentar, como refere Daniela Rebouta, diretora comercial da E&V Lisboa Oeiras, Setúbal, que afirma ter tido uma receita total superior a mil milhões de euros. Na mesma linha, Ricardo Sousa, CEO da Century 21 Portugal, afirma que a empresa "viu o volume de negócios aumentar 31 por cento".
A que se devem os resultados?
Embora não haja explicações rigorosas para o aumento da procura do negócio de mediação imobiliária em Portugal, Daniela Rebouta diz que a aposta na inteligência artificial e a abertura de novas lojas podem ter explicado o aumento da procura dos serviços da E&V nos distritos de Lisboa e Setúbal. Rui Torgal, de certa forma, partilha da opinião de Daniela Rebouta, ao afirmar que o investimento em tecnologia e a abertura de novas agências podem ter aumentado o volume de negócios.
Alfredo Valente aponta as garantias de investimento público para os compradores mais jovens como uma explicação para o aumento das transacções.
Desafios para 2025
Apesar da melhoria do mercado em 2024, os agentes imobiliários acreditam que 2025 poderá ser um desafio, embora se sintam confiantes para ultrapassar os obstáculos que possam surgir.
Alfredo Valente afirma que o mercado "continua condicionado pela escassez de oferta", mas Rui Torgal acredita que só "um acontecimento internacional de relevo" poderá afetar o crescimento estável do sector imobiliário. Marco Tairum considera ainda que a situação política e económica internacional poderá trazer riscos para a Europa, nomeadamente para o sector imobiliário, que "enfrenta um desafio em termos de regulação e transparência". Também Luís Nunes considera que a atual situação política obriga a que as empresas do sector imobiliário estejam mais atentas, embora acredite que se perspetiva um crescimento semelhante ao de 2024.
Paulo Abrantes, diretor-geral do Grupo DS, afirma que "compreender a evolução da curva de preços e o impacto da IA serão alguns dos desafios mais importantes". Manuel Alvarez acredita que o principal desafio é aumentar a oferta, sobretudo em termos de habitação acessível a todos os compradores.