"O sucesso do PNV é inquestionável e gostaria que não fosse direcionado sobretudo para as crianças, mas que tivesse a mesma estrutura para os adultos", defendeu, sublinhando que essa seria uma boa forma de assinalar os 60 anos do PNV, que se comemoram este ano.

O pneumologista e consultor da Direção Geral de Saúde(DGS), que falava durante um encontro em Lisboa promovido pela Apifarma-Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica sobre a vacinação ao longo da vida, recebeu de imediato uma resposta da DGS, que está a analisar essa possibilidade.

Natália Pereira, chefe da equipa da Unidade de Vacinas, Imunizações e Produtos Biológicos da DGS, afirmou que está a ser feita uma "grande reformulação" do PNV, nomeadamente tendo em conta a vacinação ao longo da vida.

No entanto, sublinhou, "é necessário garantir a sustentabilidade das medidas, bem como a disponibilidade", disse a responsável, acrescentando: "Não posso introduzir uma vacina este ano e não ter fundos para ela no próximo ano".

A responsável adiantou que está a ser estudada a introdução de vacinas como a varicela no programa de vacinação ao longo da vida e que estão a ser desenvolvidos estudos com modelação matemática "para antecipar estudos".

Sobre a vacinação ao longo da vida, António Luz Pereira, da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, chamou a atenção para a necessidade de reforçar os recursos humanos nos cuidados de saúde primários, aqueles que estão mais próximos da população e que podem, com a equipa de saúde familiar, acompanhar o doente e apostar na vacinação oportunista (quando a pessoa vai à consulta).

Alertou ainda para a necessidade de, para além dos recursos humanos, os cuidados primários terem um stock garantido de vacinas para poderem avançar com a vacinação oportunista, alertando para alguma dispersão de stock na última época de vacinação.

"Não se pode deixar escapar a oportunidade", disse.

Tanto António Luz Pereira como António Diniz levantaram a questão dos migrantes e do esforço que o sistema tem de fazer para os abranger, protegendo assim toda a comunidade, com o pneumologista a defender que aos imigrantes que vêm trabalhar para Portugal deve ser oferecida uma avaliação do seu estado de saúde à entrada, percebendo nessa altura o estado vacinal de cada um.