“Nas próximas semanas haverá uma revisão muito significativa dos números de autorizações de residência solicitadas e emitidas”, frisou a ministra da Presidência, no programa Política com Assinatura, apresentado por Natália Carvalho, na Antena 1.
Para o responsável, os dados atualizados devem ser a “base para uma discussão sobre a capacidade e como os serviços públicos estão respondendo”, bem como a resposta da economia.
De acordo com o Relatório da Agência para a Integração, Migração e Asilo (AIMA) divulgado em setembro passado, a população estrangeira residente em Portugal aumentou 33,6% em 2023, em comparação com o ano anterior, totalizando 1.044.606 cidadãos com autorização de residência.
Leitão Amaro destacou que o Governo já tem informações preliminares sobre os números revistos, garantindo que serão conhecidos nas próximas semanas.
“O país saberá que os números com os quais trabalhávamos até alguns meses atrás foram amplamente superados. Quando entramos no governo, já havia muito mais imigrantes em Portugal”, acrescentou.
O ministro detalhou que os números revisados se referem a um período anterior à posse do atual governo.
“Havia uma pilha de 440 mil [processos] a serem tratados e que serão inscritos. E esses são números [até] o final de 2023. E até fecharmos a manifestação de interesse, também havia uma entrada muito grande”, explicou.
António Leitão Amaro apontou uma “irresponsabilidade muito grande que começou em 2017”, com o governo socialista de António Costa, acusando também o atual secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, de manter o seu partido “nesta irresponsabilidade” durante oito meses.
“Há menos de duas semanas, parece que começou a retroceder. Na semana seguinte, deu mais um passo, porque afinal de contas, a manifestação de interesse não era mais para existir”, destacou Leitão Amaro
.Pedro Nuno Santos admitiu, em recente entrevista ao Expresso, que nem tudo foi bem feito nos últimos anos em relação à imigração.
O líder socialista sublinhou, na mesma entrevista, que quem quer viver em Portugal “deve entender que existe um modo de vida partilhado, uma cultura que deve ser respeitada”, declarações das quais vários socialistas se distanciaram.
Em seis anos, o número de estrangeiros legais em Portugal mais do que dobrou, passando de 480.300 em 2017 para mais de um milhão no ano passado.