Os produtores reuniram-se no aeródromo da Ilha Graciosa e abordaram o Presidente do Governo Regional, José Manuel Bolieiro, e o Secretário Regional da Agricultura e Alimentação, António Ventura, que estão em visita estatutária de dois dias à ilha, a quem expressaram as suas preocupações.
Carlos Picanço, produtor de leite e membro da direção da Associação de Agricultores da Graciosa, disse que a situação atual “é uma injustiça”, indicando que a ilha “tem os preços mais baixos nos Açores e na Europa”.
“E todos sabemos que ganhamos prêmios, temos um bom produto, estamos abertos a melhorar a qualidade”, disse, admitindo que há algo que “não funciona” na ilha da Graciosa, no grupo Central dos Açores.
Carlos Picanço pediu apoio ao executivo de José Manuel Bolieiro para ajudar a resolver a situação com a Lactogal, que absorve o leite produzido na ilha.
“Não temos a força e já vimos que não podemos conseguir isso por meio do diálogo. [Pedimos] seu apoio [para] tentar ver se podemos superar essa fase”, disse ele.
De acordo com o produtor e gerente, o leite é vendido na Graciosa a 37 centavos por litro, com o objetivo de igualar o preço cobrado em outras ilhas açorianas.
O presidente do Governo do Estado disse aos produtores que eles podem contar com o executivo como aliado.
“Procuramos, na política agrícola que desenvolvemos nos Açores e na relação com a economia produtiva, aumentar a nossa capacidade no setor agrícola e no setor pecuário e na sua capacidade produtiva e depois [de] transformação, industrialização e criar uma 'Marca Açores' de excelência, como tem sido o caso na nossa agricultura e na nossa agricultura”, disse.
E continuou: “Também fizemos esse esforço para que, na cadeia de valor, [em] todas as cadeias, incluindo a cadeia do leite, haja um preço justo. Faz parte da nossa política e da minha afirmação de que, na cadeia de valor, deve haver um preço justo para todos nessa cadeia de valor e desde a produção.”
Bolieiro disse que, nesta viagem à Graciosa, ele terá uma reunião com a Lactogal e os produtores “podem contar com o governo como aliado”, admitindo que através do diálogo “um entendimento pode ser alcançado”.
“O Governo [Regional] é seu aliado nessa justa demanda. Ele está disponível para ser porta-voz e, em diálogo com a Lactogal, fazer da Lactogal uma parceira na melhoria da receita e na identificação de um preço justo. E vamos dar o primeiro passo”, disse ele.
Na Ilha Graciosa, existem mais de duas dezenas de produtores de leite, que produzem cerca de oito mil litros por ano, destinados à produção de queijo na fábrica da Lactogal, de acordo com dados da associação setorial.