Quando o anterior governo de António Costa decidiu acabar com os vistos dourados em Portugal, os dados inicialmente apontados mostram que o número de transacções estava a diminuir, resultando num abrandamento do valor total do investimento direto estrangeiro (IDE) no sector imobiliário.

No entanto, este cenário começou a alterar-se desde que o Executivo da AD, liderado por Luís Montenegro, anunciou durante a campanha eleitoral a intenção de retomar o programa de vistos dourados. E os últimos dados do Banco de Portugal mostram que as transacções voltaram a ganhar força e atingiram mesmo um dos valores mais elevados de sempre, entre abril e junho.

Em concreto, as transacções de IDE no imobiliário português aumentaram no segundo trimestre para 892,8 milhões de euros, o que corresponde a um aumento de 30% face aos primeiros três meses do ano, segundo o Negócios, com base em dados do Banco de Portugal, actualizados na semana passada.

Este é o quarto valor mais elevado desde o início de 2008 (início histórico dos registos), depois de o valor das transferências de investidores estrangeiros em imobiliário ter atingido um recorde no terceiro trimestre de 2023, o último trimestre completo até ao fim do acesso às autorizações de residência para investimento - ou vistos dourados - através da aquisição de imóveis, acrescenta o mesmo órgão de comunicação social.

O valor das transferências de investidores internacionais para o sector imobiliário entre abril e junho corresponde a cerca de 30% do total do investimento direto estrangeiro registado no mesmo período (3,1 mil milhões). Com o novo aumento do IDE no imobiliário, o "stock" acumulado no sector atingiu um novo máximo histórico, com 32,9 mil milhões de euros. O stock total acumulado de IDE em Portugal ascendeu a 183,9 mil milhões no segundo trimestre. Desse total, 18% é no sector imobiliário.