Segundo o Notícias ao Minuto, numa conferência de imprensa conjunta com a sua homóloga eslovena, Natasa Pirc Musar, no âmbito da sua visita oficial à Eslovénia, Marcelo Rebelo de Sousa, quando questionado pela imprensa local sobre a crise política em Portugal, destacou "a previsibilidade da política externa e económica portuguesa", "qualquer que seja o caminho escolhido pelo povo português".

Reafirmando que "faz parte das democracias haver momentos em que o povo é chamado a votar", como voltará a acontecer a 18 de maio em Portugal, após a queda do atual Governo na sequência da rejeição de uma moção de confiança.

Marcelo respondeu depois à pergunta: "Haverá alguma alteração significativa na posição da política externa de Portugal ou haverá algum tipo de consequência económica e social resultante desta expressão da democracia?

Eu diria que não", respondeu, argumentando que "a política externa, tal como os grandes princípios constitucionais da política interna, são os mesmos independentemente do Presidente, do Primeiro-Ministro e do Governo ou da composição do Parlamento". "

"Portugal é muito estável nesta matéria e isso cria uma grande confiança. Isso explicará certamente porque é que já foi membro do Conselho de Segurança não permanente [da ONU] e vai candidatar-se a sê-lo novamente, e tem liderado várias organizações internacionais", continuou, lembrando que "o próprio Secretário-Geral das Nações Unidas é português".

Insistindo ainda que "a previsibilidade da política externa portuguesa é uma caraterística da democracia em Portugal", Marcelo defendeu que também não há razões para preocupação "no plano económico".

"Neste momento, Portugal está a ter uma das maiores taxas de crescimento dentro da UE, um dos mais significativos excedentes nas contas do Estado, o desemprego foi contido e a dívida pública externa foi reduzida", além de uma avaliação pelas agências internacionais de rating "como não tinha há muitos anos".

"Estes dados estão garantidos, seja qual for o caminho que os portugueses escolham", sublinhou, acrescentando que este é, "talvez, o resultado da longa história de Portugal e de uma democracia que é capaz de enfrentar e resolver problemas sem pôr em causa a confiança internacional ou interna".

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciou que as eleições terão lugar a 18 de maio, após o Conselho de Estado. Marcelo Rebelo de Sousa referiu ainda que o Conselho de Estado não "desejava" novas eleições, mas estava a respeitar a decisão da Assembleia da República. No seu discurso, o Presidente da República pediu ainda um "debate político claro" durante a campanha eleitoral.