O lançamento terá lugar às 18h48 (hora de Lisboa) a partir da base espacial de Vandenberg, na Califórnia, Estados Unidos.
O PoSAT-2, da LusoSpace, e o Prometheus-1, da Universidade do Minho, são o quarto e quinto satélites portugueses a serem enviados para o espaço, depois dos nanosatélites ISTSat-1 e Aeros MH-1, em 2024, e do microssatélite PoSAT-1, em 1993.
O PoSAT-2, o primeiro de uma constelação de 12 microssatélites para monitorização do tráfego marítimo, foi integralmente construído nas instalações da LusoSpace em Lisboa.
O lançamento do aparelho estava previsto para outubro, mas, como explica o diretor executivo da LusoSpace, Ivo Yves Vieira, "um dos lançadores da SpaceX teve um problema no ano passado e as autoridades americanas exigiram uma investigação".
"E isso acabou por atrasar todos os outros lançamentos", explicou hoje à Lusa.
O PoSAT-2, que custa cerca de um milhão de euros, permitirá receber dados sobre a localização dos navios e terá um novo sistema de comunicação que permitirá às embarcações no meio do oceano, nomeadamente, receber alertas de mau tempo ou possíveis ameaças de piratas e enviar mensagens de socorro.
O satélite será posicionado a pouco mais de 500 quilómetros da Terra, por cima da Estação Espacial Internacional, "casa" e laboratório dos astronautas.
Os primeiros contactos do satélite com a Terra estão previstos para abril.
Os restantes 11 microssatélites da constelação serão construídos em 2025, mas nem todos serão lançados este ano, como previsto.
"Alguns serão lançados no final do ano e outros no início de 2026. O calendário ainda não é exato", reconhece Ivo Yves Vieira.
Ao escolher o nome PoSAT-2, a LusoSpace quis prestar "homenagem" ao PoSAT-1, o primeiro satélite português enviado para o espaço, em 1993, e "às pessoas que o levaram para a frente", nas palavras do executivo da empresa de engenharia aeroespacial.
"Eu próprio participei no PoSAT-1. Foi graças ao PoSAT-1 que entrei no sector espacial. Foi graças a este satélite que aprendi muito sobre o espaço. O PoSAT-2 não é de todo semelhante ao PoSAT-1, mas "é o primeiro satélite que a LusoSpace, da qual sou fundador, produziu e vai lançar. A LusoSpace não existiria se não tivesse existido o PoSAT-1", disse Ivo Yves Vieira à Lusa.
A constelação de microssatélites LusoSpace, que envolve a contribuição de outras empresas do sector, tem um custo total de 15 milhões de euros, sendo que 10 milhões são comparticipados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) no âmbito da "Nova Agenda Espaço Portugal".
Esta agenda "visa transformar o perfil de especialização do sector espacial português com produtos e serviços novos, inovadores, exportáveis e de maior complexidade tecnológica".
De acordo com Ivo Yves Vieira, pequenos satélites como estes serão úteis no futuro para a navegação marítima autónoma.
O Prometeu-1, o segundo nanosatélite a ser construído por uma instituição universitária portuguesa, depois do ISTSat-1, do Instituto Superior Técnico(IST), em Lisboa, foi concebido como uma "ferramenta de ensino" para estudantes das áreas aeroespacial, eléctrica ou de telecomunicações, que poderá "realizar actividades de comando e controlo" ou "trabalhar com réplicas".
O pequeno satélite, com dimensões semelhantes às de um cubo de Rubik, ficará posicionado a cerca de 500 quilómetros acima da Terra e foi criado em parceria com a Universidade Carnegie Mellon, nos Estados Unidos, e o IST.