Segundo o ECO, o peso dos jovens no crédito à habitação voltou a aumentar no ano passado. Dados do Banco de Portugal mostram que 42,7% das pessoas que pediram um empréstimo para comprar casa em 2024 tinham entre 18 e 35 anos, um aumento de dois pontos percentuais face ao ano anterior.
Esta evolução surge num ano em que o Governo lançou várias medidas para apoiar as jovens na compra de casa, nomeadamente a isenção de IMT e também a linha de garantia pública - embora esta última só tenha entrado em vigor no início deste ano.
Em termos de montante contratado, o aumento do peso dos jovens foi mais evidente: 44,5% do crédito à habitação foi concedido a pessoas com idades entre os 18 e os 45 anos, reflectindo um aumento de 3,4 pontos percentuais face a 2023.
Por outro lado, o peso dos grupos etários entre os 36-45 anos e os 46-55 anos no mercado do crédito à habitação diminuiu, tanto em termos de pessoas como de montantes.
Os dados sobre a caraterização sociodemográfica das pessoas que contraíram crédito junto dos bancos residentes mostram ainda que o peso dos devedores estrangeiros no total de pessoas que obtiveram novo crédito também aumentou: passou de 13% em 2023 para 14% em 2024. "Nestes dois anos, metade desses devedores tinha nacionalidade brasileira", nota o Banco de Portugal.
Uma grande parte dos contratos foi celebrada por pessoas residentes na Grande Lisboa (22%) e na Área Metropolitana do Porto (18%).
No total, foram celebrados 90 mil contratos de crédito à habitação no ano passado, mais 32% do que em 2023, envolvendo 138 mil pessoas, segundo o supervisor bancário.