“Não sou contra esta medida [abolição das portagens nas autoestradas do Interior e Algarve conhecidas como ex-SCUT]. Sou contra o mesmo indicador não ser usado em uma parte importante do interior do Alentejo
”.Falando sobre o fim das portagens no antigo Scut, em vigor desde quarta-feira, José Manuel Santos disse ver “com desagrado” que existe um “tratamento desigual” do Alentejo, numa área que “afeta a competitividade turística dos territórios do interior”.
Por um lado, destacou, a abolição das portagens nas autoestradas vai “na direção certa”, pois constitui “um estímulo e um incentivo para a circulação de pessoas, incluindo turistas, para os territórios do interior, particularmente o norte e o centro”.
“Mas, por outro lado, há um tratamento desigual dado aos territórios do Alentejo Central e um pouco do Alto Alentejo, que são atravessados pela autoestrada A6, onde até vemos que há um aumento no custo das portagens”, destacou.
De acordo com o presidente da Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo e Ribatejo, o preço das portagens dos veículos ligeiros no troço Marateca — Caia da A6 aumentou, na quarta-feira, 35 cêntimos.
“Pode-se dizer que é um ligeiro aumento de 35 centavos para quem percorre o trecho Marateca — Caia, mas não é um estímulo” para os turistas viajarem para a região, destacou, insistindo na ideia de que essa diferença é injusta.
Apontando que “o turista nacional é um cliente mais sensível ao fator preço”, o responsável alertou que manter a portagem na A6 e até aumentar o preço “não ajuda a competitividade turística do Alentejo, essencialmente para o mercado interno”.
“Queremos que o Alentejo seja um destino de férias para todos aqueles que querem vir e desfrutar da hospitalidade, qualidade e diversidade dos nossos recursos e produtos turísticos e estamos preocupados que existam medidas que vão no sentido de favorecer outras regiões do país”, acrescentou.
As portagens foram abolidas na A4 — Transmontana e Túnel do Marão, A13 e A13-1 — Pinhal Interior, A22 — Algarve, A23 — Beira Interior, A24 — Interior Norte, A25 — Beiras Litoral e Alta e A28 — Minho, esta última apenas nos trechos entre Esposende e Antas e entre Neiva e Darque.