O relatório de 24 horas de sinistralidade e fiscalização rodoviária relativo a junho de 2024, divulgado pela ANSR, mostra que, no primeiro semestre do ano, foram registados em Portugal 17.900 acidentes com vítimas, 220 vítimas mortais, 1.257 feridos graves e 20.795 feridos leves.

No documento, a ANSR destaca o número de catástrofes ocorridas só no Continente, onde foram registados 17.154 acidentes, dos quais resultaram 214 mortos, 1.184 feridos graves e 19.967 feridos ligeiros, entre janeiro e junho.

"Comparativamente ao período homólogo de 2014, a tendência de crescimento foi visível na sinistralidade, registaram-se mais 3.107 (22,1%), mais sete vítimas mortais (3,4%), mais 224 feridos graves (26%) e mais 3.175 feridos ligeiros (8,9%), apesar de uma diminuição do índice de gravidade", explica a ANSR.

O relatório indica ainda que, em relação aos primeiros seis meses do ano passado, houve, entre janeiro e junho, menos 19 vítimas mortais (-8,2%), e uma diminuição do índice de gravidade, mas registaram-se mais 571 acidentes (+3,4%), mais 56 feridos graves (+5,0%) e mais 692 feridos leves (+3,6%), apesar do aumento da circulação rodoviária.

A ANSR faz ainda uma comparação com 2019, ano de referência para a monitorização das metas de redução do número de mortos e feridos graves até 2030 fixadas pela Comissão Europeia e por Portugal, verificando-se uma diminuição de mortos e feridos ligeiros, com menos 12 e 119, respetivamente. Por outro lado, observou-se um aumento dos feridos graves e dos acidentes, com mais 136 feridos graves (13,0%) e mais 486 desastres (2,9%).

O documento indica ainda que as colisões representaram, no primeiro semestre do ano, os desastres mais frequentes, correspondendo a 52,9% dos acidentes, 41,1% dos mortos e 45,8% dos feridos graves, enquanto os despistes, que representaram 33,4% do total de acidentes, foram responsáveis por 43,5% das mortes.

A ANSR destaca o aumento do número de atropelamentos de peões com vítimas nos primeiros seis meses do ano, num total de 2.350, que registaram um aumento de 5,8% face ao período homólogo de 2023. Este aumento reflectiu uma subida de 3,1% nas mortes das vítimas e de 24,2% nos feridos graves. No total, 33 pessoas morreram após serem atropeladas e 200 ficaram gravemente feridas entre janeiro e junho.

De acordo com o relatório, nos primeiros seis meses, o número de vítimas mortais dentro das localidades (124) foi superior ao registado fora das localidades (90), que aumentou 9,7% em relação a 2023.

Até junho, a maioria dos acidentes ocorreu em ruas, seguidas pelas rodovias federais e estaduais.

O relatório informa ainda que cerca de 72% das vítimas fatais eram motoristas, enquanto 15,4% eram pedestres e 11,7% eram passageiros.

Em relação à categoria de veículos envolvidos em acidentes, os automóveis ligeiros de passageiros representaram 71,5% do total, com um aumento de 4% face ao período homólogo de 2023, bem como "aumentos significativos" de bicicletas e motociclos.

A ANSR indica que mais de metade das vítimas viajavam num veículo ligeiro, enquanto 21,4% estavam em motociclos e 7,3% em bicicletas.

Nos primeiros seis meses do ano, metade do número de vítimas mortais foi registado na rede rodoviária da responsabilidade da Infraestruturas de Portugal (37,9%), Brisa (3,7%), Ascendi (2,8%), Câmara Municipal das Caldas da Rainha (2,3%) e Concessão Oeste e Câmaras Municipais de Lisboa e Viseu (1,9%, cada).

A ANSR salienta ainda que, entre janeiro e junho, houve um aumento do número de acidentes em 14 dos 18 distritos, com maior expressão em Évora (+23,2%), Guarda (+17,5%) e Viana do Castelo (+16,0%), enquanto os acidentes mortais registaram aumentos em oito distritos, com as maiores subidas em Lisboa e Évora.