Falando na comissão parlamentar de Ambiente e Energia, Pimenta Machado disse que a ANA, Aeroportos de Portugal apresentou um plano de ação em novembro de 2024 para vigorar até 2029 e que “com base nos elementos fornecidos, não é satisfatório”, acrescentando que dentro dos prazos legais, até 20 de fevereiro, a ANA será notificada da necessidade de alterações no plano.
O presidente da APA disse ainda que em setembro do ano passado, a APA notificou a Inspeção-Geral da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território (IGAMAOT) do incumprimento da ANA com os compromissos que tinha assumido no plano de ação anterior para 2019-2023.
Esse plano, contra o ruído, continha 34 medidas mas a ANA nunca colocou três delas em prática. Pimenta Machado mas também Ana Teresa Peres, que na época era membro da APA (saiu no final do ano passado), disseram que quase todas as medidas foram implementadas exceto as mais importantes, nomeadamente o programa de insonorização de edifícios, pelo que a IGAMAOT foi notificada, pois é a entidade com autoridade para
instruir procedimentos e aplicar multas.Os programas (como o chamado Programa Bairro), do plano de ação da ANA contra o ruído, para intervenções de isolamento acústico em edifícios sensíveis (como escolas ou hospitais), mas também em outros edifícios, previam duas fases, uma a partir de janeiro de 2021 e outra em janeiro de 2022.
“A ANA adiou o início do programa”, primeiro por causa da pandemia de Covid-19 e depois por questões de financiamento, então em julho de 2024, no final do programa, nada havia começado, e as pesquisas também não haviam sido realizadas para as populações vizinhas ao aeroporto que estavam planejadas, explicou Ana Teresa Peres.
Controvérsia
Em relação à controversa questão de saber se é necessária ou não uma Avaliação de Impacto Ambiental (EIA) para aumentar a capacidade do aeroporto Humberto Delgado, que o Governo diz não ser necessária, mas que a APA diz ser necessária, Pimenta Machado reafirmou a
necessidade dessa EIA.A APA recebeu dois pedidos de classificação em dois projetos, um em setembro de 2023 e outro em outubro de 2024, disse Pimenta Machado, explicando que o primeiro está relacionado ao conforto dos passageiros, trabalha para, em resumo, evitar que os ônibus concluam que o impacto não foi significativo.
O projeto apresentado em outubro inclui intervenções na área fora da pista (a conexão mais rápida entre a pista e o terminal) e intervenções que levam a um aumento no número de voos, e isso, frisou o responsável, tem um “impacto significativo”, portanto, em dezembro, concluiu-se que era necessário um EIA.
Ao ser questionado pelos deputados, Pimenta Machado também esclareceu que não cabe à APA monitorar o incumprimento repetido do período de voos noturnos sem aviões, mas sim à ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil).