"Não vamos [encerrar agências] e vamos manter o mesmo número de agências em 2025 e 2026", afirmou Paulo Macedo numa audição na Comissão de Orçamento e Finanças.

O presidente executivo (CEO) da CGD está a ser ouvido no parlamento sobre os serviços bancários prestados pela CGD, na sequência de críticas de várias entidades - Comissão de Trabalhadores, sindicatos e também autarquias - sobre a redução de serviços em alguns balcões.

Segundo o presidente do conselho de administração, o que tem sido feito no banco público é adaptar os balcões à evolução tecnológica porque "ninguém quer que a Caixa fique imóvel, que todos os outros se modernizem e a Caixa não", e acrescentou que em todos os balcões há trabalhadores "para apoiar os cidadãos que têm mais dificuldade em lidar" com as transacções bancárias (mesmo as mais digitalizadas).

Paulo Macedo considerou ainda que se nos anos 80 e 90 a grande questão da inclusão na banca era a inclusão geográfica, hoje é a inclusão digital e disse que a CGD tem adaptado os seus balcões mas, ao mesmo tempo, disponibilizando meios para não deixar os clientes para trás.

"Não vamos descurar a inclusão física, mas a prioridade é dotar as pessoas de meios para a inclusão digital", disse Macedo.

O presidente executivo da CGD afirmou que não há degradação de serviços na CGD porque, caso contrário, não seria um "banco de referência" e estaria a crescer em crédito e depósitos.

Na sequência de notícias sobre a redução de serviços nas agências bancárias da CGD nos últimos meses de 2024, os deputados chamaram várias entidades ao parlamento para esclarecer a situação.

Na semana passada, no parlamento, a Comissão de Trabalhadores da CGD afirmou que o banco público está a reduzir a prestação de serviços bancários, sobretudo no interior e nas ilhas, e que, por isso, a empresa não está a cumprir a sua missão de serviço público.

Segundo a CT, o número de encerramentos de balcões da CGD até 2023 teve um grande impacto na reputação do banco público, pelo que houve uma mudança de paradigma com a administração do banco, liderada por Paulo Macedo, a optar por manter balcões, mas reduzindo os serviços prestados (com mais balcões sem caixa) e reduzindo o número de trabalhadores (balcões com um, dois ou três funcionários).

"Não fechámos, mas reduzimos, restringimos, alterámos o seu funcionamento", disse o coordenador da CT, Jorge Canadelo, aos deputados, considerando que com as recentes decisões a administração da CGD está também a pôr em causa a coesão do país.

No final de setembro, a CGD tinha 6.227 trabalhadores em 512 balcões. O banco público teve lucros de 1.369 milhões entre janeiro e setembro (mais 40 por cento face ao mesmo período de 2023).